Nas últimas semanas, a Ducati divulgou mais um número recorde, dessa vez de lucro líquido no ano fiscal de 2023. Mas, de acordo com uma pesquisa independente, quando se trata de vendas globais de motocicletas, os resultados caíram um pouquinho, o que não acontecia há 10 anos.
Segundo o Motorcyclesdata, que monitoriza os registros de novos veículos em todo o mundo em mais de 80 países, a Ducati comercializou 59.789 unidades em 2023 contra 60.066 em 2022 (-0,5%), o que encerra uma escalada meteórica que começou há 10 anos.
Depois de passar décadas como uma pequena fabricante artesanal de motocicletas, a Ducati atingiu mais de 40.000 vendas anuais pela primeira vez em 2000. Para chegar a 50.000, eles tiveram que esperar até 2015 e apenas sete anos até os 60.000, apesar de uma pandemia no meio do caminho.
Mas agora as vendas diminuíram na Europa (-4,2%), Ásia (-3,4%), sudeste asiático (-5,8%) e região indiana (-14,1%). Na América do Norte, houve um crescimento tímido (2,3%) e a América Latina, foi a única região realmente positiva, com um aumento de vendas de 46,8%.
O segmento premium de motocicletas cresceu mundialmente nos últimos dez anos, com todas as principais concorrentes ocidentais da Ducati (BMW, Triumph, Aprilia e KTM) reportando recordes de vendas. Apenas a Harley-Davidson não acompanhou essa tendência.
Isso foi possível porque a maioria dessas fabricantes saiu de seus nichos de mercado de especialidade e começaram a buscar rentabilidade em outros segmentos povoados por um público mais informal, como as roadster, adventure, scrambler e motos de 250/300cc.
Mas, ao que parece, essa bolha parece prestes a estourar, a menos que a capacidade produtiva aumente significantemente e/ou o mercado seja expandido ainda mais. A entrada da Ducati no mundo do motocross (muito popular nos EUA) parece ser uma estratégia nesse sentido.