A Ducati, assim como outras marcas, está questionando seus clientes sobre a possibilidade de construir uma motocicleta elétrica em um futuro não muito distante. Mas, ao contrário dos carros, os desafios em duas rodas são ainda maiores, conforme explicou o diretor de inovação da marca, Pierluigi Zampieri.
Em uma entrevista ao Motorcycle News, Zampieri explicou que o interesse existe, mas os motores elétricos ainda possuem grandes dificuldades no compromisso entre peso, desempenho e autonomia, o que é fundamental para manter uma motocicleta ágil, eficiente e, sobretudo, atraente.
“Ainda estamos desenvolvendo nossas motos de produção com o objetivo de sermos os melhores nas pistas”, admite. “Hoje o pacote das motos elétricas não é tão bom quanto gostaríamos, porque a densidade de energia que você pode armazenar não é alta o suficiente. O principal desafio, tecnicamente, é atingir nossas metas de desempenho e peso“, explica.
“Sendo uma empresa que normalmente é estado de arte, podemos chegar [com um produto] que é estado de arte ou até melhor do que todos os nossos concorrentes. O problema é: agora é o momento certo? É um pequeno mercado e ainda estamos tentando entender quando ele estará pronto para tal inovação“, continua.
Para Zampieri, é uma questão semelhante à de quando eles optaram pelo motor V4 e o V-Twin chegou ao fim de sua vida útil. “Tivemos muitas conversas com nossos clientes se gostariam ou não“, revela. “Agora é a mesma coisa. Será que nossos clientes apreciam uma motocicleta elétrica? É o momento certo para eles? Um dia eles pedirão, a parte difícil é saber quando”, indaga.
Outra grande questão para a Ducati (e outras marcas) é manter-se desejável no imaginário dos jovens. “Isso nós discutimos todos os dias. É um grande desafio. Eu cresci ‘petrol head’. Os jovens de hoje são assim mais. Tentar manter esse interesse vivo nas próximas gerações é muito importante”, reconhece.
“Hoje, a Ducati é um objeto que você deseja possuir. O desafio é fazer com que permaneça interessante amanhã“, explica. “Se os jovens de 15 anos de idade não tiverem um pôster de motocicleta na parede do quarto, será o fim para a Ducati quando chegarem aos 30 anos. Precisamos manter a paixão das pessoas viva“, concluiu.