Embora tenha descartado abandonar a temporada em andamento, Andrea Dovizioso admite que a segunda metade de 2022 será a sua última como piloto de MotoGP. “Sempre disse que se não fosse competitivo, não queria estar aqui”.
Dovizioso, que quase já havia se aposentado no início de 2021 após sair da Ducati não encontrar lugar na Categoria Rainha, aceitou participar da equipe satélite da Yamaha no segundo semestre do ano, primeiramente a Petronas SRT e atualmente a RNF Racing. O italiano, entretanto, vem ocupando apenas as últimas posições e já não sente mais prazer em pilotar.
“Com certeza não correrei ano que vem, não há motivo para isso“, admitiu o piloto de 36 anos ao GPone. “Eu sempre disse que se não fosse competitivo eu não queria estar aqui, porque você não consegue curtir estar aqui se estiver passando trabalho, especialmente depois de 20 anos competindo.“
Dovi explicou melhor o que tem lhe acontecido: “toda a corrida é uma dificuldade, porque toda a vez eu começo lá de trás e tudo se torna ainda mais difícil. Não ser competitivo é uma novidade na minha carreira. É a primeira vez que ‘não estou lá’ e está sendo difícil lidar com isso. A MotoGP mudou, a moto mudou, os competidores mudaram, o jeito de pilotar a moto é diferente e tudo colocado junto resulta no que está acontecendo comigo agora.“
Dovizioso também explicou como tem sido pilotar a Yamaha M1: “é uma moto bem incomum, você tem uma boa sensação com ela, é possível virar e frear muito bem, mas em outras partes ela não é tão boa. Se você não é o Quartararo, é difícil ser competitivo com ela. Se Fabio está ganhando, há uma possibilidade de ser rápido, mas se os outros pilotos estão reclamando, quer dizer que não há muitas maneiras de fazer isso.“
O três vezes vice-campeão cita ainda Franco Morbidelli como exemplo: “o jeito como eu e Franky pilotamos é completamente oposto. Ele deita muito mais em cada curva e não usa forte os freios. É o contrário de mim, mas os resultados são parecidos. Isso quer dizer que a base da moto é muito particular e difícil, como era a Honda nos últimos 8 anos e está sendo a Yamaha agora“, acredita.
Sobre os planos para o próximo ano, Dovizioso afirma estar analisando tudo com muita calma. “Ainda não tentei encontrar o meu lugar no ano que vem. Estou completamente relaxado, já fiz um teste para ver como eu me sentia em casa”, brincou referindo-se ao período sabático em 2021. “Com certeza não quero terminar a temporada assim, mas ninguém tem tudo sob controle e tudo pode acontecer.” Especula-se que Dovi correrá no motocross italiano.