O sempre polêmico Cal Crutchlow já havia alertado, ainda no ano passado, que a introdução de testes antidoping mais severos na MotoGP iria surpreender muita gente. Veja o que o piloto britânico disse na ocasião.
Constantes nos esportes olímpicos, os testes antidoping ainda são relativamente novos no esporte a motor. Entretanto, preocupada com a imagem do esporte, a Federação Internacional de Motociclismo (FIM) anunciou em dezembro de 2018 que análises mais frequentes seriam requisitadas dali em diante.
Após a palestra, realizada com o objetivo de alertar os pilotos sobre os riscos do doping, Cal Crutchlow mostrou sua visão desagradável sobre o assunto: “quem pensa que não há ninguém aqui que use substâncias é trouxa“, disparou.
“Não digo que haja doping pesado aqui. Foi-se o tempo em que um piloto podia fumar e beber e ser competitivo apenas pelo seu talento natural. Mas falo de agulhas. Sei que existem agulhas aqui“, continuou. “Alguns podem usar diuréticos para perder peso porque são preguiçosos e não querem passar horas se exercitando como outros“.
Crutchlow ainda afirmou que o sistema empregado na MotoGP é falho. “Supõe-se que eles escolham três pilotos para análise. Eu fui um desses pilotos escolhidos e eles só me fizeram uma checagem em 365 dias“, revelou. “Nos últimos três anos, eles me fizeram apenas duas verificações“. O britânico ainda disse que certos pilotos não desejam ser localizados para esses controles.
As palavras de Crutchlow foram trazidas a tona depois que Andrea Iannone teve a sua licença de pilotagem suspensa pela FIM na terça-feira (17), após um teste antidoping ter dado positivo. O piloto da Aprilia agora precisa requisitar uma “amostra B” para provar a sua inocência, do contrário estará fora da temporada 2020.