A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores e Similares (Abraciclo) anunciou essa semana o balanço da indústria motociclística no ano de 2016. E os resultados não são nada bons: o mercado encolheu 28,5%.
Essa foi a primeira vez em mais de uma década que a produção ficou abaixo de 1 milhão de unidades produzidas. O auge aconteceu em 2012, quando nada menos do que 2.044.532 motocicletas foram comercializadas. De lá para cá, no entanto, o declínio começou.
Mesmo 2015, que já havia sido considerado um ano ruim conseguiu estabelecer 1.262.708 unidades produzidas. Em 2016, contudo, a queda foi vertiginosa: 887.653 motos, um número maior apenas do que as 861.469 do já longínquo ano de 2002.
No mês de dezembro, as montadoras fabricaram 32.814 unidades, uma retração de 35,2% em relação ao mesmo período de 2015. Nos emplacamentos, a diminuição foi de 25,1% (80.837 motocicletas contra 107.862 do ano anterior). As vendas no atacado (dos fabricantes para os revendedores) recuaram 18,9% em um ano.
Nem todos os números são ruins, no entanto. O setor de usadas manteve a roda girando e, de 2011 a 2015 o mercado só cresceu. Em 2016 a proporção foi de cerca de três motos usadas vendidas para cada nova, o que significa nada menos do que 2,8 milhões de usadas trocando de mãos.
Apesar de as exportações terem fechado o ano em queda (14,6%), o mês de dezembro viu uma ligeira recuperação: 6.402 unidades em 2016 contra as 5.944 de 2015 e 3.957 de novembro, representando uma melhora de 7,7% e 61,8%, respectivamente.
O clima entre também é de um certo otimismo. De acordo com a Abraciclo, as montadoras acreditam que 2017 verá novamente um crescimento, que pode chegar a 2,5%. Isso representa em termos de produção um aumento para 910 mil motocicletas produzidas, segundo estimativas.
Vendas em baixa também nos Estados Unidos
Não é apenas o Brasil que vive uma má fase no motociclismo. Os Estados Unidos também tiveram um 2016 para esquecer. Relatórios do Conselho da Indústria de Motocicleta (MIC’s) apontam que o mercado norte-americano retraiu 2,1%, nos doze meses do ano passado, apagando os ganhos modestos feitos em 2015. Por outro lado, as vendas na Inglaterra subiram 11,7%.