Como se esperava, Sam Sunderland venceu hoje (14) a categoria motos do Rali Dakar 2017, com uma curta etapa especial de 64 quilômetros entre Rio Cuarto e Buenos Aires, capital da Argentina. Foi o seu primeiro título no evento e 16º seguido da KTM. Nos quadriciclos, Sergey Karyakin foi campeão pela primeira vez.
Sunderland, que realizou apenas a sua quarta participação no Rali venceu apenas um estágio, o quinto, realizado entre Tupiza e Oruro, na Bolívia, na metade do caminho, assumindo a liderança e permanecendo na posição até a bandeirada na base da regularidade.
Apesar de figurar sempre entre os primeiros, Sunderland também contou com a sorte. Primeiro foi o acidente que tirou de combate seu companheiro de equipe, Toby Price, o favorito ao bicampeonato. Depois, o britânico ainda se aproveitou das trapalhadas da Honda, cujos principais pilotos, Joan Barreda, Michael Metgé e Paulo Gonçalves foram punidos com 1h acrescentado aos seus tempos de corrida.
Com a Honda bastante atrasada, os únicos que podiam ameaçar a vitória de Sunderland eram seu companheiro de equipe Mattias Walkner e Pablo Quintanilla, da Husqvarna. Entretanto o austríaco, apesar de ter vencido um estágio, foi menos regular e não conseguiu se aproximar, enquanto que o chileno acabou caindo e abandonando o Dakar.
Apesar de tudo, Walkner ainda conseguiu chegar em segundo, exatos 32 minutos atrás de Sunderland. A KTM fez a trinca, porque o terceiro colocado foi Gerard Farres Guell. O espanhol não venceu nenhuma etapa, mas foi outro a dar um show de regularidade, conseguindo superar o veloz Adrien Van Beveren, quarto colocado com a Yamaha.
Apesar de ter sido novamente o piloto mais rápido e com o maior número de estágios vencidos (três), Joan Barreda novamente ficou apenas na quinta posição geral, 43 minutos atrás do líder. Seu companheiro Paulo Gonçalves foi o sexto, resultado que deve ter deixado a Honda bastante frustrada, pois claramente tinham condições de ameaçar mais a KTM.
As demais posições foram completadas com Pela Renet em uma surpreendente sétima posição, assim como Franco Caimi em oitavo; Helder Rodrigues teve um Dakar bastante discreto, mas finalizou na nona posição geral, com Joaquim Rodrigues da Hero Motorsports Team Italia fechando os dez primeiros.
O Brasil começou o Dakar 2017 com três representantes entre as motos: Gregório Caselani, Ricardo Martins e Richard Fliter, mas apenas o último chegou ao final, na 59º posição. Caselani já havia abandonando na metade e Martins precisou entregar os pontos na 10º etapa.
Quadriciclos: Karyakin confirma domínio e vence primeiro título
As coisas também já estavam decididas entre os quadriciclos. Com mais de uma hora de vantagem, tudo o que Sergey Karyakin precisava fazer no percurso final entre Rio Cuarto e Buenos Aires era apenas completar a prova, e foi o que ele fez, conquistando o seu primeiro título de campeão no Dakar 2017.
Karyakin foi outro a assumir a liderança devido aos vários problemas dos concorrentes. A categoria começou o Dakar equilibradíssima, com sete vencedores diferentes nas sete primeiras etapas. Mas quando o brasileiro Marcelo Medeiros e os franceses Simon Vitse e Axel Dutrie precisaram abandonar, a situação começou a favorecer Karyakin.
Assim como Sunderland entre as motos, o ponto da virada aconteceu na Bolívia, quando Karyakin venceu a sétima etapa entre La Paz e Uyuni. Dali em diante, o russo venceria mais dois estágios e permaneceria entre os primeiros nos demais, não dando quaisquer chance de aproximação ao campeão de 2014, Ignacio Casale.
Casale ainda venceu o estágio final, mas na classificação geral, ficou a 1h14min52s de Karyakin, com Pablo Copetti em terceiro a mais de 4 horas do russo. Rafael Sonik, campeão de 2015, então, fechou em quarto a mais de cinco horas do líder.
Desde a sua inauguração em 2009, a classe quadriciclos já viu seis campeões diferentes em nove edições: Josef Macháček, Ignacio Casale, Rafael Sonik e os irmãos Marcos e Alejandro Patronelli, que juntos faturaram cinco títulos, mas não estiveram presentes no Dakar 2017.