Faltam apenas 26 dias para o Rali Dakar, cuja edição 2017 promete ser a mais difícil já realizada na América do Sul. Além da estreia do Paraguai na competição, os pilotos irão enfrentar altitudes de quase 4000 metros e muita areia, como nos velhos tempos.
As mudanças na rota aconteceram graças à repentina e inesperada saída do Chile (por motivos políticos e ecológicos) e também do clamor dos pilotos de um trajeto mais parecido com a que era visto na África. Um dos principais colaboradores foi o espanhol Marc Coma, agora no cargo de diretor esportivo do Dakar.
“Esta edição tem ‘DNA Dakar’ na sua forma mais pura. A navegação está de volta no rali, conforme solicitado pelos participantes. Queríamos trazer a essência da aventura de volta”, explicou o pentacampeão, que se aposentou em 2014. O Dakar compete na América do Sul desde 2009, devido à constante instabilidade política e de segurança nos países africanos.
“Haverá seis etapas com mais de 400 quilômetros e muita areia: sete das 12 etapas irão testar as habilidades dos pilotos nas dunas. Haverá também seis estágios acima dos 3.500 metros de altitude e outros ingredientes em cada país que o tornarão difícil: calor e umidade no Paraguai, frio e altitude na Bolívia e temperaturas acima de 40° na Argentina”. (Marc Coma)
Dessa forma, o Dakar 2017 terá o famoso “Prólogo”, pequeno trecho de apresentação dos pilotos e equipes em Assunção, capital do Paraguai no dia 2 de janeiro. O comboio passará pela Bolívia na metade do percurso (com dia de descanso em La Paz) e a chegada acontece em Buenos Aires, Argentina, dia 14 do mesmo mês.
146 participantes estão inscritos apenas entre as motocicletas. A campeã KTM manteve o vencedor do ano passado, o australiano Toby Pryce entre suas fileiras, assim como praticamente todos os demais pilotos, como Stefan Svitko, Armand Monleon, Sam Sunderland e Matthias Walkner.
A Honda chega para finalmente atingir à sonhada vitória com equipe oficial, o que não acontece desde 1989. Para conquistar esse objetivo, o time de pilotos é praticamente o mesmo do ano passado, encabeçado pelo espanhol Joan Barreda, o português Paulo Gonçalves, o francês Adrian Metge e o norte-americano Ricky Brabec. Infelizmente, a grande revelação do ano passado, o argentino Kevin Benavides ficará de fora devido à uma lesão.
Da mesma forma, a Yamaha tentará fazer em 2017, uma melhor participação do que tem mostrado nos últimos anos. Com a saída de Cyril Després que agora está nos carros, o principal piloto da marca dos diapasões é o português Helder Rodrigues. Também integram o time, Adrien van Beveren, Alessandro Botturi e Rodney Fagotter.
A sueca Husqvarna, marca hoje de propriedade da KTM, manteve o chileno Paulo Quintanilla, que em 2016 surpreendeu pela regularidade encerrando o rali em um excelente terceiro lugar. Junto com o companheiro de equipe Pela Renet, eles terão o agora ex-piloto Ruben Faria como consultor da equipe.
Outras montadoras marcam presença, porém em menor número de equipes e pilotos. É o caso da Sherco TVS, que tem como principal representante o espanhol Juan Pedrero Garcia; da Kawasaki com o chileno Patricio Cabrera e da chinesa Zongshen, com o piloto francês Thierry Bethys.
Brasileiros, novamente em pequeno número
Apesar de marcar presença com um contingente significantemente menor do que nossos países vizinhos, o Brasil estará representado, pelos pilotos Gregorio Caselani (#158), atual campeão do Rali dos Sertões e do estreante Richard Fliter (#159), ambos de Honda. O país também conta com Ricardo Martins (#164), mais um a realizar sua primeira participação, com uma Yamaha.
Nos quadriciclos, teremos a presença de Marcelo Medeiros (#271), que fez uma boa participação em 2016. Em alguns estágios chegou a figurar entre os primeiros, antes de sofrer um acidente e abandonar. O maranhense de 27 anos corre com um Yamaha YFM700R Raptor.
E essa será uma edição sem os irmãos Alejandro e Marcos Patronelli. Ainda em setembro os argentinos (que venceram as edições de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2016) disseram que o percurso não era atrativo o suficiente sem Chile e Peru decidindo não estar presentes em 2017. “Se o Dakar trouxer de volta esses países, com certeza vamos estar de volta“, disseram.