A vitória na última etapa do Rali Dakar 2016 hoje (16) entre Villa Carlos Paz e Rosário, na Argentina foi de Pablo Quintanilla, mas a glória máxima ficou com Toby Price, que se sagrou campeão do mundo em sua segunda participação. Entre os quadriciclos, o triunfo foi de Marcos Patronelli, conforme a previsão já indicava.
O último dia de disputa foi um alívio para todos, já cansados depois de duas semanas de muita poeira. Ainda assim o estágio, que necessitou um deslocamento de 699 quilômetros e um trecho cronometrado de 180 km não foi fácil, com areia, pedras e terreno irregular.
Quintanilla completou o percurso em 1h51min27, 1min41s à frente de Kevin Benavides. Os dois foram, sem dúvida nenhuma, os melhores sul-americanos no Dakar 2016, embora o chileno ainda não tivesse vencido uma etapa com sua Husqvarna. Helder Rodrigues foi o terceiro colocado mostrando que poderia ter brigado pelo título se tivesse reagido mais cedo.
A festa maior, no entanto, aguardava o quarto colocado, Toby Price. O australiano fez o “dever de casa” perfeitamente, se concentrando apenas em conservar o equipamento, chegar inteiro ao final do estágio e marcar seu adversário mais próximo, Stefan Svitko. A estratégia deu certo, porque o eslovaco foi o quinto, 2min02s atrás do campeão.
Price, assim, correspondeu às expectativas criadas em torno dele, o piloto escolhido para substituir o lendário Marc Coma – vencedor no ano passado – na KTM. Essa foi apenas a sua segunda participação no Rali Dakar e o único campeão inédito. A marca austríaca também comemora, pois manteve o reinado, que já dura cinco edições consecutivas.
Outro que evoluiu muito na segunda metade do evento foi o espanhol Gerard Farres Guell, que encerrou sua participação com a sexta colocação. O piloto da Honda chegou à frente do conterrâneo Ivan Cervantes Monteiro, Ricky Brabec, Adrian Van Beveren e Mario Patrao, que completaram os dez primeiros.
Na classificação geral, Price venceu com 39min41s de vantagem para Svitko, também da KTM. Quintanilla, que talvez tenha sido o piloto mais regular foi premiado com a terceira posição, à frente de Benavides, sem dúvida a maior surpresa do ano. Graças à evolução nos últimos estágios, Rodrigues ficou em quinto, o melhor português classificado. Seu companheiro na Yamaha Van Beveren veio logo atrás, em sexto.
Apesar de ter vencido duas etapas, Antoine Meo não foi tão regular, por isso angariou apenas a sétima posição geral. Farres Guell ficou em oitavo à frente do norte-americano Brabec e de Armand Monleon, o décimo. Destaque durante o Dakar, Lala Sanz conseguiu a 15º posição geral, à frente de nomes muito mais famosos como Jordi Viladoms (17º), David Casteu (18º) e Olivier Pain (22º).
Quadriciclos: Baragwanath vence etapa e Marcos Patronelli o título
Nos quadriciclos, a vitória ficou com Brian Baragwanath. O sul-africano foi a grande revelação da classe, mas não teve regularidade suficiente para desafiar Marcos Patronelli, que apesar de ter chegado apenas na 6º posição conquistou o seu terceiro no Rali Dakar.
O argentino se tornou líder da prova no começo da segunda semana, graças à desistência do então favorito, Ignacio Casale. Desde então, os irmãos Patronelli passaram a comandar a categoria, apenas se concentrando em chegar a Rosário. A diferença entre Marcos e Alejandro chegou a ser de apenas 8 segundos, mas nos dois últimos estágios o líder conseguiu abrir vantagem.
Marcos Patronelli, assim venceu com 5min23s de vantagem para Alejandro Patronelli completando de vez a festa em família. Baragwanath ficou em terceiro, mais de uma hora atrás, com Sergei Karyakin em quarto lugar à 1h44min e Jeremias Gonzalez Ferioli em quinto, com duas horas de atraso.