Os polêmicos Recall estão cada vez mais presentes e constantes na indústria motociclística. Praticamente todas as montadoras já realizaram essa iniciativa ao redor do planeta e aqui você confere as dez principais.
Para quem ainda não está familiarizado, um Recall (que basicamente significa “chamar de volta” ou “chamamento”) é uma iniciativa movida pelas montadoras para resolver (gratuitamente) problemas específicos de um modelo que possam causar problemas (leiam-se acidentes).
As marcas tratam de divulgar essa ação nas mídias e também podem contatar os proprietários pessoalmente, para que um horário seja agendado e o defeito solucionado. Mas, o que deveria ser visto como um sinal de preocupação com o seu público, tornou-se justamente o contrário: hoje a palavra tem um (injusto) significado pejorativo.
Então, os britânicos do Visordown realizaram uma pequena lista as montadoras que mais realizaram Recall’s nos últimos dez anos. A pesquisa foi realizada pela agência “Driver and Vehicle Standards Agency” que contabilizou apenas a quantidade de campanhas e não ao número de motos envolvidas. É bom lembrar também que são números mundiais e não específicos do Brasil.
10º – Aprilia (13 chamadas)
Apesar de as motocicletas da italiana Aprilia não serem reconhecidas pela robustez, houveram poucas campanhas de Recall relevantes nos últimos dez anos. O maior deles aconteceu justamente em 2006.
Na ocasião, eles averiguaram que o braço oscilante da superbike RSV4 podia rachar com intenso estresse. A ação levou 1.892 unidades de volta às concessionárias para a substituição gratuita do vital componente.
9º – Piaggio (16 chamadas)
A nona posição ironicamente pertence ao Grupo Piaggio, que é dona da Aprilia, além de outras marcas italianas como Derbi, Gilera, Moto Guzzi, Vespa e até ex equipe de Fórmula 1, Ligier. Os produtos mais conhecidos, no entanto, são seus scooters.
E o maior problema encontrado nos últimos dez anos aconteceu justamente com os scooters Vespa PX. Mas não era nada grave: a cinta do assento podia se soltar e tinha de ser substituída. A ação envolveu 2.687 unidades.
8º – Suzuki (23 chamadas)
Uma das marcas mais queridas no mundo todo, a Suzuki tem uma merecida fama de confiabilidade que os dados da agência confirmam: apenas 23 chamadas nos últimos dez anos (excluindo-se problemas específicos de região, claro).
O maior deles aconteceu em 2013 com a “prata da casa”, ou seja, a superbike GSX-R 750 e GSX-R 1000. Na ocasião, descobriu-se que o cilindro mestre dos freios podia se corroer depois de um certo período de tempo, diminuindo bastante a capacidade de frenagem. O recall envolveu 29.422 unidades.
7º – Harley-Davidson (28 chamadas)
Outra marca que é sinônimo de robustez, a Harley-Davidson também não escapou da lista, com 28 Recall’s realizados desde 2006, um número bastante elevado considerando-se o longo período de alguns modelos em seu catálogo.
A mais recente envolveu um interruptor da luz de freio defeituoso, que levou 1.916 exemplares de volta às concessionárias da marca norte-americana em 2011. A falha atingiu vários modelos diferentes.
6º – Triumph (29 chamados)
Uma das marcas mais antigas do motociclismo, a Triumph é relativamente nova no Brasil, onde fixou residência no começo da década. A (merecida) fama que vem conquistando é de qualidade e requinte.
Mas, os ingleses também já conhecem bem os hábitos de recall. A maior campanha realizada nos últimos dez anos envolvia um retificador/regulador defeituoso que podia levar 8.595 unidades a pararem de funcionar. O problema foi corrigido em 2012.
5º – Ducati (32 chamados)
A italianíssima Ducati é uma das marcas com maior número de fãs apaixonados ao redor do globo e também uma das cinco mais habituadas às campanhas de Recall. Esse número tem crescido devido ao considerável aumento de sua linha. Nos últimos dois anos nada menos do que oito novos modelos foram lançados.
Ironicamente (veja aqui o quanto os números podem ser relativos) a maior falha não envolveu um grande número de motocicletas. Em 2015, 2.605 unidades da polivalente Multistrada 1200 precisaram voltar às concessionárias para a substituição do acelerador que podia falhar.
4º – Honda (33 chamadas)
A maior fabricante de motocicletas do mundo não poderia ficar de fora dessa lista, mas surpreendeu ao não arrecadar a primeira posição, mesmo com tantos modelos diferentes produzidos em diversas partes do planeta.
Na verdade, o maior Recall da Honda aconteceu no ano passado e envolveu um número relativamente baixo de unidades – 10.600 motocicletas. A falha era uma aplicação incorreta de selante sobre o interruptor de relé de arranque, fazendo com que o modelo em questão não funcionasse.
3º – Kawasaki (33 chamadas)
Outra marca relativamente nova no mercado nacional (presente oficialmente desde 2009), a Kawasaki é sinônimo de motocicletas agressivas e potentes. Não seria, por isso, uma surpresa a sua presença no pódio dos Recalls?
Mas, assim como a Honda, sua maior campanha de Recall não envolveu um grande número de motocicletas. Em 2012, 3.656 unidades da superbike ZX-10R tiveram que voltar às concessionárias por causa de um pequeno defeito no alternador, que não carregava a bateria corretamente.
2º – BMW (44 chamadas)
Apesar de possuir o modelo que é símbolo máximo de confiabilidade (a R1200GS), a divisão de motocicletas da BMW é uma das que mais cresce no mundo (e pretende crescer ainda mais se você ler aqui). Então não chega a ser uma surpresa a sua segunda posição no ranking dos Recall.
O maior problema aconteceu no ano passado, com um cubo de roda traseiro defeituoso que afetava diversos modelos. A peça de alumínio original precisou ser substituída por outra, de material mais resistente. O Recall foi efetuado junto à NHTSA e envolvia 43.000 unidades.
1º – Yamaha (49 chamadas)
Outra marca que tem constantemente renovado sua linha (mundial e no Brasil), a Yamaha aparece no topo das campanhas de Recall da atualidade. Um dos que mais repercutiu nos últimos anos envolveu a “rainha” YZF-R1, com problemas de resistência em sua caixa de câmbio.
Apesar disso, os ingleses acreditam que a Yamaha tende a reagir com rapidez para conter os problemas antes que se transformem em problemas maiores. Tanto que o maior número de motocicletas envolvidas em um Recall nos últimos anos é baixo: 14.384 convocados para a substituição de um sensor de posição do acelerador defeituoso.