Uma das novidades mais interessantes do Salão de Milão – e que passou quase despercebida – foi o lançamento da Bimota Tera, a primeira crossover da marca italiana, agora sob a asa da Kawasaki.
Fundada em 1973, com as letras iniciais de seus fundadores, Valerio Bianchi, Giuseppe Morri e Massimo Tamburini, a Bimota foi concebida para ser a expressão máxima em criatividade, desempenho e tecnologia sobre duas rodas. Mais até do que Ducati e MV Agusta.
A marca, no entanto, estava praticamente morta quando a Kawasaki comprou 49% de seus ativos de investidores suíços em 2019. Desde então, dois modelos impressionantes foram apresentados, a Bimota Tesi H2 e a Bimota KB4, equipadas com os motores da Ninja H2 e Z1000.
A terceira novidade apareceu no Salão de Milão, depois um desenvolvimento que durou três anos. O nome Tera deriva de Tesi con Regolazione di Altezza (ou Tesi com regulagem de altura) e apresenta a última evolução do sistema de suspensão dianteira com cubo central.
O novo sistema mantém as principais virtudes do sistema Tesi original, ou seja, um efeito anti mergulho, ao mesmo tempo que reduz significativamente as massas não suspensas, mas com uma melhora significativa no ângulo de direção, o grande calcanhar de aquiles da invenção.
De acordo com as informações cedidas pela Bimota, eles conseguiram aumentar o ângulo de esterço lateral para 35 graus, 16º a mais do que na Tesi H2. Esta nova evolução do conceito também oferece a possibilidade de ajustar a altura do centro de gravidade em 30 mm.
O motor atua como um membro estressado, no meio do chassi, enquanto a única coisa que conecta a dianteira e a traseira é um braço que une a estrutura frontal ao ponto de articulação do braço oscilante/amortecedor traseiro no lado esquerdo do motor.
O motor é o mesmo quatro cilindros em linha da Kawasaki Ninja H2, uma usina sobrealimentada que entrega mastodônticos 200 cv a 11.000 rpm e 14 kgf.m de torque a 8.500 rpm. Desempenho mais do que suficiente para acompanhar qualquer Ducati Multistrada V4 ou BMW M1000XR.
A moto ainda vem com rodas de magnésio forjado (as mais fortes possíveis), nas medidas 120/70-17 e 190/55-17, além de pinças de freio Brembo Stylema de quatro pistões. Os discos são de 330 mm na dianteira e 220 mm na traseira. Coisa de MotoGP!
A Bimota equipou a Tera com a melhor eletrônica disponível, um display TFT colorido onde o piloto controla, quatro modos de condução, controle de cruzeiro, ABS em curvas. Com o uso de materiais leves o peso é de apenas 199 kg, muito bom para uma moto desse porte.
No EICMA 2023, as ofertas da Bimota foram hospedadas na área de exibição da Kawasaki e sua visibilidade era bem acanhada. Quando a empresa divulgar informações mais detalhadas sobre quando estará à venda e por quanto, forneceremos uma atualização.