A compra da MotoGP pela Liberty Media, a empresa que gerencia a Fórmula 1, ainda não foi concretizada. E o maior empecilho é a Comissão Europeia, que levantou dúvidas sobre um possível monopólio que estaria surgindo e exige maiores esclarecimentos.
Anunciada em abril, a compra de 86% da MotoGP pela Liberty Media foi um dos grandes assuntos do ano, porque a empresa americana ficou conhecida por levantar o interesse do público pela Fórmula 1, que andava claudicante até seu aparecimento em 2016.
A Dorna Sports aceitou vender a MotoGP para a Libery pelo valor de 4,2 mil bilhões de euros, cerca de 200 milhões a menos do que a maior proposta oferecida na época, do grupo TKO liderado por Ari Emanuel, dono das ligas UFC e WWE.
E não foi só a MotoGP que a Liberty comprou. Também entraram no negócio outras marcas da Dorna Sports, como a Moto2, Moto3, MotoE, Mundial Feminino e o WorldSBK. Além disso, lembremos que a empresa já possui a Fórmula 1, a Fórmula 2, a Fórmula 3 e a Fórmula E.
Ao adquirir a Dorna Sports, a Liberty passaria também a ter sob seu poder todas as categorias do motociclismo mundial, bem como muitas sub categorias. Ou seja, o controle quase absoluto do esporte a motor. O que levanta dúvidas de que um monopólio – o que é ilegal – estaria surgindo.
Agora, a Comissão Europeia, através do deputado belga Paul Arimont solicitou uma série de perguntas à Liberty Media e Dorna Sports sobre a compra da MotoGP. Ele pediu que se abra uma investigação sobre um possível caso de monopólio na compra bilionária.
“Deve haver concorrência leal para proteger os consumidores”, disse Arimont aos meios de comunicação belgas. Portanto, antes de 1ª de dezembro, a Liberty Media e a Dorna Sports deverão fornecer respostas ou não conseguirão concluir a compra antes de 2025, conforme inicialmente previsto.
A Liberty Media já está respondendo a algo semelhante nos Estados Unidos, para outro possível caso de monopólio com a Ticketmaster, de sua propriedade. Além disso, o Congresso dos EUA também convocou a empresa para esclarecimentos sobre o veto da General Motors na Fórmula 1.