A Comissão dos Grande Prêmios, em sua última reunião, decidiu banir definitivamente os dispositivos de de regulagem de altura da suspensão dianteira introduzidos pela Ducati nessa temporada.
O sistema, que apareceu pela primeira vez nos testes de Sepang em fevereiro, permite regular a altura da suspensão dianteira manualmente através de botões no guidão, melhorando a estabilidade da motocicleta, principalmente em retas. Como seu acionamento é hidráulico, os regulamentos da MotoGP não impedem o seu uso.
A inovação, no entanto, dividiu opiniões desde o início. Primeiro entre as equipes rivais, que não se mostraram dispostas a gastar mais dinheiro em um orçamento já apertado; e também entre os pilotos da Ducati, que não viram vantagens claras e se mostraram preocupados com a segurança, já que a velocidade em reta aumenta.
A Comissão dos Grandes Prêmios, composta pelo presidente da Dorna Carmelo Ezpeleta, Paul Duparc (FIM), Hervé Poncharal (IRTA) e Biense Bierma (MSMA) se reuniu no Catar no dia 4 de março, onde foram apresentadas duas propostas diferentes que perseguiram o objetivo de evitar um aumento adicional no desempenho e nos custos.
Após um período de reflexão, eles se reuniram novamente de forma eletrônica no dia 18 de março e, com o apoio do Presidente da FIM Jorge Viegas, Carlos Ezpeleta (Dorna), Mike Trimby (IRTA) e Corrado Cecchinelli (Diretor de Tecnologia) foi feita a seguinte alteração ao regulamento técnico:
- O uso de qualquer dispositivo que modifique ou ajuste a altura de da motocicleta enquanto ela estiver se movendo está proibida a partir de 2023.
- Dispositivos que operam apenas uma vez na largada da corrida (os atuais holeshot) permanecem permitidos, esse ano e a partir de 2023 também.
A decisão foi aprovada por unanimidade entre a Comissão dos Grandes Prêmios, algo raro de acontecer. Mas mesmo entre os pilotos da Ducati o sistema divide opiniões. No GP da Indonésia, motos com e sem o dispositivo foram utilizadas, com resultados inconclusivos.