Seja como meio de transporte, lazer ou para praticar esporte, a motocicleta vem conquistando o coração das mulheres brasileiras. Dados do Denatran mostram que as mulheres já são 33% dos habilitados na categoria, em todo o território nacional.
Se considerarmos todas as categorias que permitem pilotagem de motocicleta (A, AB, AC, AD e AE), de janeiro de 2016 a janeiro de 2017, houve um aumento de 7% no número de mulheres motociclistas. Se somarmos o número de habilitados nas categorias A e AB no país, em janeiro deste ano, a proporção de mulheres era de 28%.
Já em São Paulo, o estado com a maior frota de veículo de duas rodas e também de motociclistas, esse número vai para 31%, no mesmo período, o equivalente a cerca de 1.961.346 mulheres habilitadas nas categorias A e AB, segundo dados do Detran-SP.
“Desde que criei o site tenho percebido um aumento no número de mulheres motociclistas. Não só os acessos aumentaram como também a interação”, disse disse Amanda Pagliari, fundadora do MulheresdeMoto.com.br, o primeiro portal de notícias voltado para mulheres no Brasil. “Além das mensagens pedindo dicas, muitas meninas me perguntam se devem ou não comprar uma motocicleta. Minha resposta, claro, é sempre sim”, assegurou.
Praticidade de locomoção, economia e sensação de liberdade são alguns dos motivos pelos quais mais mulheres estão aderindo às duas rodas. Embora a preferência seja por Scooter e Cub, como mostrou pesquisa recente da Abraciclo, há também adeptas de motos de média e alta cilindrada, como Tábata Lôbo, que começou a andar com uma Honda Biz, evoluiu para uma Kawasaki Ninja 300 e hoje pilota uma Ninja 650. “Comecei a andar de moto porque fui assaltada no ponto de ônibus. Hoje sou apaixonada pela motocicleta, faz parte de mim, não vivo sem”, admitiu.
Muitas mulheres relatam que a motocicleta era apenas um meio de transporte tornando-se, posteriormente, um estilo de vida, inclusive companheira de viagens, como é o caso da motociclista Rayana Schneider que, em sua primeira viagem de moto, percorreu mais de cinco mil quilômetros, sozinha.
Além das ruas, os autódromos também foram invadidos pelo charme feminino. É cada vez maior o número de mulheres presentes nas competições de motovelocidade, inclusive no pódio. Em 2016 a piloto Samara Andrade foi vice-campeã brasileira na Copa Ninja 600cc do SuperBike Brasil, competindo de igual para igual com os meninos.
Para incentivar a participação das mulheres nesse esporte, a piloto Márcia Reis organizou, em 2015, o primeiro Grid Feminino, sendo a primeira vez que uma competição de motovelocidade realiza uma corrida apenas com mulheres. O evento foi um sucesso com a participação de 17 pilotos.
De olho nesse mercado que não para de crescer, empresas do segmento pensam cada vez mais nas mulheres ao lançar um produto. Cores opcionais a tons mais neutros são alguns dos atrativos, que se estendem a produtos como capacetes, jaquetas e luvas.
A Riffel, por exemplo, lançou recentemente a linha de vestuário Anatomic, voltada para mulheres. Design atraente e modelagem diferenciada são alguns dos atributos trabalhados pela nova linha com o objetivo de agradar o público feminino. “Não tenho dúvidas que o número de mulheres motociclistas vai crescer ainda mais nos próximos anos, sonho com o dia no qual seremos 50%”, acredita Amanda Pagliari.