Apesar de ter mudado de engenheiro e de número, o inferno astral de Maverick Viñales continua. Com apenas 9 pontos em duas corridas, o espanhol vive o seu pior começo de temporada desde que entrou na Yamaha em 2017.
Depois de ser um dos melhores na pré-temporada, Viñales conquistou a pole position na etapa de abertura do ano, no Catar. Entretanto, o gás do espanhol acabou logo após a largada encerrando a corrida em sétimo, atrás de Valentino Rossi, que havia largado apenas em 14º.
A situação não mudou muito no Grande Prêmio da Argentina, realizado na semana passada. Dessa vez, Viñales ficou em segundo no grid, mas vinha em um indefeso sétimo lugar na corrida, incapaz de lutar por posições melhores até ser abalroado por Franco Morbidelli na volta final.
Com isso, Viñales não marcou pontos e viu sua posição no campeonato despencar para 11º, com apenas 9 pontos. Para se ter uma ideia, o líder é Marc Márquez com 45. Mesmo seu companheiro Valentino Rossi já está bem distante, em terceiro com 31.
Apesar do acidente, Viñales excluiu Morbidelli de qualquer culpa. “Eu vi o replay do incidente com Franco e não foi nada“, garantiu. “Era a última volta e todos nós tentamos estar no nosso melhor, por isso é apenas um erro, só isso. Talvez, na próxima eu cometa o mesmo erro, é algo que você não pode explicar, não é um problema“.
Viñales foi o único dos pilotos de ponta a optar por correr com ambos os pneus macios, decisão que ainda considera como a melhor. “Não larguei bem, mas consegui ultrapassar muitos pilotos, até que no final da primeira volta era o terceiro ou quarto. Então, isso não foi ruim“, acredita.
Ainda assim, Viñales admite que a Yamaha ainda não está funcionando bem em ritmo de corrida: “Precisamos continuar trabalhando e ver se podemos resolvê-lo para a próxima corrida. Honestamente, me sinto bem, na pista, mostramos um bom potencial, é sempre na corrida que temos um problema“, observa.
“Maverick estava se sentindo bem no pneu macio durante o Warm Up, então decidi seguir adiante com eles“, disse o Chefe de Equipe, Massimo Meregalli. “No entanto, desde o início da corrida ele estava tendo dificuldades nas frenagens. Temos que analisar esse problema e tentar entendê-lo, porque é um problema“, reconhece.
Em 2017, na sua estreia pela Yamaha, Viñales começou o ano de maneira estelar, com duas vitórias consecutivas, que o tornaram favorito ao título. Contudo, apenas outro triunfo se seguiu na França, no circuito de Le Mans, em maio. O piloto acabaria o ano apenas em terceiro no campeonato.
Mas Viñales embarcou em uma fase difícil que não parece ter fim. O espanhol só voltou a vencer novamente no Grande Prêmio da Austrália em outubro do ano passado, a única vitória da Yamaha na sofrível temporada 2018.
“Nós perdemos um segundo e meio de ritmo nas corridas“, disse um ainda incrédulo Viñales à imprensa espanhola logo após o GP da Argentina. “É algo que não posso explicar. Pela manhã me senti bem, mas a tarde não conseguia chegar nem perto dos tempos da manhã“, revelou. “Não desaprendi a andar de moto entre a manhã e a tarde“.
Os dois pilotos da Yamaha reclamam dos mesmos problemas desde o ano passado: falta de tração e que o gerenciamento eletrônico da M1 não consegue transmitir a potência do motor adequadamente ao asfalto. Rossi, no entanto tem conseguido lidar melhor com os problemas do que Viñales. A próxima etapa é o GP dos Estados Unidos, em 14 de abril.