O chefe da equipe Yamaha de MotoGP, Lin Jarvis ficou satisfeito com os resultados obtidos no Teste de Valência, na última terça-feira (28), apesar de Fabio Quartararo ter ficado apenas na 12ª posição. O britânico acha que a moto está progredindo.
O ano de 2023 foi o primeiro em que a Yamaha não venceu nenhuma corrida desde 2003. Quartararo só subiu ao pódio três vezes e ficou apenas em 10ª no campeonato, depois de ter sido campeão em 2021 e vice em 2022. Para Jarvis, eles pecaram na abordagem muito conservadora.
“Nossa maior desvantagem foi não termos desenvolvido nosso motor nos últimos anos. Na Ducati eles foram super agressivos no desenvolvimento dos motores e nós somos japoneses. Isso significa que avançamos com pequenos passos. O mesmo com a Honda, eu acho. Trabalhamos de forma conservadora e hoje em dia isso já não é suficiente“, disse Jarvis ao Speedweek.
A perda de uma equipe satélite também cobrou o seu preço: “Ter mais pilotos traz vantagens principalmente nas corridas, não necessariamente no desenvolvimento. Com informações e dados de oito pilotos, você pode resolver problemas e encontrar configurações melhores com muita rapidez. Com oito Ducatis na pista é bastante difícil conseguir bons resultados.“
Mas o gestor garante que a Yamaha não está parada para 2024. “Quando você chega ao fundo do poço, só há uma opção: olhar para frente novamente e mudar as coisas. No momento, estamos trabalhando nisso. Muito dinheiro está sendo investido onde é necessário e estamos mudando a forma como trabalhamos. Isto significa que trabalharemos mais com especialistas europeus“, antecipou.
Mesmo nos resultados dos testes, Jarvis vê aspectos positivos. “Estou convencido de que uma máquina muito melhor estará pronta no início da próxima temporada. Ainda não posso dizer se é boa o suficiente. A competição está em um nível muito alto. Em Valência houve 16 pilotos a 0,8 segundos no primeiro dia, a MotoGP está altamente competitiva. Mas estamos fazendo progressos.“
Alex Rins, que experimentou a Yamaha M1 pela primeira vez, gostou bastante. “É uma moto bem diferente. Posso fazer curvas com mais pressão no freio dianteiro. Isso é bom. Podemos recuperar terreno em termos de tempos de volta. A moto parece bastante suave, mais do que eu esperava. Ainda temos que adaptar a eletrônica ao meu estilo de pilotagem e também ao ride-by-wire.”
Calejado, Quartararo foi mais cauteloso. “Demos um passo à frente na aerodinâmica, mas isso mudou um pouco o equilíbrio da moto. Também testamos um novo chassi, que não é exatamente ótimo. O motor é um pouco melhor, mas muito semelhante ao deste ano. Eu esperava mais – ainda estamos muito longe dos tops. Mesma distância de antes“, resignou-se o campeão de 2021.
Mas Quartararo vê motivos para ter expectativa: “A Yamaha mudou a sua mentalidade, agora trabalham mais como os europeus. Queremos que tudo aconteça mais rápido. O que será importante é como podemos melhorar a moto entre fevereiro e julho, algumas inovações têm de surgir extremamente rápido – essa é a chave. Então ficará claro qual é realmente a atitude deles.”