O chefe da equipe Tech3 KTM, Hervé Poncharal mostrou-se solidário com as ações de Miguel Oliveira, que não vai continuar com a marca austríaca em 2023: “Você tem que ser egoísta, tem que ter um ego forte“.
Poncharal, que trabalhou com Oliveira nas temporadas de 2019 e 2020, esperava voltar a contar com os serviços do português que venceu duas corridas para a equipe satélite na época. Mas o piloto luso recusou a proposta e deve estar à caminho da RNF Aprilia no próximo ano. Sua vaga no time oficial será preenchida por Jack Miller.
“Tenho uma relação especial com o Miguel. Quando ouvi em Mugello que havia uma chance de ele voltar para nós depois de dois anos com total suporte de fábrica e as mais recentes motos de fábrica, com um salário mais adequado, pensei que era uma boa ideia, mas eu entendo as ações de Miguel“, admitiu Poncharal ao Speedweek.
“Como piloto, você tem que ser egoísta, tem que ter um ego forte. Se não acreditar em si mesmo e não tiver um certo orgulho, não terá sucesso“, explicou Poncharal. “Não posso falar por Miguel, mas ele acha que é melhor do que Jack Miller. Acho que isso é normal, ele deve estar pensando: ‘Se a KTM classifica Jack mais alto do que eu, então eles perderam a fé em mim.’ Essa poderia ser a linha de pensamento de Miguel. Eu entendo a atitude dele.”
Poncharal esperava contar com Oliveira ao lado de Pol Espargaró, que aceitou a oferta. “Ele [Oliveira] pensou na oferta da KTM por dois dias. E quando caminhamos para o grid em Mugello, seu pai, Paulo informou Pit Beirer que a KTM não deveria mais contar com Miguel. Eu adoraria ter Miguel na equipe. Mas eu tenho que aceitar a decisão dele“, resignou-se.
