Carmelo Ezpeleta, o principal chefe e líder da Dorna Sports, a entidade que regulamenta e promove a MotoGP está sendo acusado na Espanha de sonegação de impostos e criação de empresas de fachada. Caso as acusações se comprovem, o dirigente pode até ir para a prisão.
A informação foi divulgada primeiramente pelo “La Repubblica”, um dos jornais de maior circulação na Itália. Eles afirmam que o sindicato espanhol “Manos Limpias” e a empresa Sel Sport (responsável pelo transporte de equipamentos da MotoGP entre 2009 e 2014) apresentaram uma queixa à Ezpeleta e Henrique Aldama, diretor financeiro da Dorna Sports.
Entre 2003 e 2004 eles teriam falsificado uma venda de ações da Dorna para reduzir sua carga fiscal. A suposta empresa (com sede em Amsterdã, na Holanda) para quais essas ações foram vendidas também seria de propriedade de Ezpeleta e Aldama, ou seja: o dinheiro nunca realmente foi posto em movimento e nunca transferido.
O fisco espanhol já está pedindo a prisão provisória à Ezpeleta considerado “a gravidade e recorrência dos fatos”, assim como também “o perigo de fuga no exterior. O dirigente já se encontra na Argentina para a realização da corrida em Termas de Rio Hondo, mas a Dorna emitiu hoje um comunicado sobre o caso.
“Apesar de ter o máximo respeito pelas decisões judiciais, a Dorna gostaria de expressar sua discordância com o conteúdo da decisão do Supremo Tribunal sobre a qualificação jurídico-fiscal de operações simuladas da recapitalização alavancada, feitas em 2003 e 2004. Tais operações são normais e frequentes em economias do nosso meio, e plenamente válidas do ponto de vista mercantil. O fato de elas não deverem ser classificadas como simulação é reconhecido, inclusive, por vários magistrados do Supremo Tribunal que manifestaram expressamente sua discordância com o conteúdo das sentenças, formulando os oportunos votos para as mesmas. A Dorna está analisando diversas vias de atuação frente à citada sentença.” (Dorna Sports)
O Supremo Tribunal definiu que Ezpeleta terá que pagar pelo menos 3,9 milhões de euros (cerca de R$ 16,2 milhões) enquanto Aldama teria que devolver 2,7 milhões (cerca de R$ 11,5 milhões) referente aos impostos de 2004. Entretanto, especula-se que o total desviado por eles beira os 70 milhões de euros.