Alberto Puig, chefe da equipe Honda de MotoGP, foi sincero sobre o que espera de Jorge Lorenzo para as próximas etapas da temporada. O dirigente admitiu que a expectativa com o pentacampeão é zero nesse momento.
Puig participou de um podcast espanhol, onde comentou a situação de Lorenzo, que ainda se recupera de um grave acidente sofrido nos treinos para o Grande Prêmio da Holanda em julho. Na queda, o espanhol fraturou duas vértebras.
“A perspectiva com Lorenzo é zero, não vamos nos enganar. Se fizermos uma rápida revisão, Jorge começou a cair e, desde então, ele não parou de cair. Ele nunca se sentiu à vontade na moto, isso é óbvio, nós vimos e ele disse, e obviamente não está pilotando como deveria, dentro de seu potencial“, comentou Puig. “Antes da sua última queda [na Holanda] ele era forte, mas já está ausente há muito tempo por causa de suas costas“.
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Lorenzo dissipa rumores de desistência nas próximas etapas
Puig, que já foi um prestigiado piloto nas décadas de 80 e 90, disse também que o problema de Lorenzo é mais mental do que físico. O dirigente acredita que o piloto de 33 anos não está mais disposto a assumir riscos, algo inerente nessa profissão.
“Eu acho que para Jorge é como recomeçar, recomeçar sempre que ele quiser e com desejo e motivação. Não recomeçar a andar de moto, recomeçar a correr riscos novamente e pensar: ‘neste negócio, a pessoa se machuca e faz parte do jogo‘”, aponta. “Não acho que seja um problema técnico. É um problema de coragem, de vontade, de querer e poder se impor, quero dizer, quero pensar assim“, completou.
Apesar das críticas, Puig reiterou seu desejo de ver Lorenzo ganhando com a Honda. “Tudo vai depender da vontade dele e espero que sim. É a coragem, a vontade e o desejo de assumir o risco de realizar essa atividade, essas motocicletas são muito perigosas, não podemos nos enganar. Eu gostaria de poder vê-lo no topo com a nossa motocicleta como ele fez com a Yamaha, seria um sonho“, admite.
Puig, no entanto ainda não sabe se Lorenzo é capaz de assumir riscos novamente: “Vou lhe dizer quando o vermos corrida a corrida, se ele der passos à frente ou ficar parado“, explica. “As corridas que restam daqui no final do ano nos dirão. Acho que ele também perceberá onde está, no final, é o piloto quem realmente sabe como está e para onde está indo ou não“. O pentacampeão está confirmado para o GP de San Marino nesse final de semana.