A súbita desistência da Suzuki agitou muito as negociações de pilotos na MotoGP. A começar pelos seus pilotos, Joan Mir e Alex Rins. Ambos se ofereceram para a Honda, confirmou o gerente da equipe, Alberto Puig.
Na semana passada, a Suzuki anunciou publicamente suas intenções de deixar a MotoGP ao término de 2022, mesmo após ter assinado um compromisso de que ficaria até 2026. A notícia pegou todo o paddock de surpresa, não apenas a equipe e seus pilotos, como também os times concorrentes.
“As notícias na Suzuki não mudaram apenas a situação para nós, mas para todas as fabricantes e equipes, porque agora há mais dois pilotos disponíveis. Isso aconteceu de forma totalmente inesperada. É um cálculo simples: mais pilotos estão disponíveis para 2023 com menos motos“, disse Puig. “É claro que os dois entraram em contato com todos quando receberam a mensagem, assim como nós. E certamente ouvimos o que eles têm a dizer. Isso está claro.“
A busca óbvia é pela vaga de Pol Espargaró, cujo contrato se encerra ao final do ano. O espanhol campeão da Moto2 em 2013 nem de longe está conquistando os resultados que esperava, mas Puig preferiu ser cauteloso e respeitoso com seus pilotos dizendo que eles não estão procurando substitutos por enquanto.
“Nossa política e nossa estratégia não mudaram por causa disso“, antecipou Puig. “Decidimos monitorar a situação no mercado de pilotos este ano e esperar um pouco mais antes de tomar uma decisão. Esclarecemos nossas opções e veremos se há novos pilotos. Estes podem ser diferentes tipos de pilotos do que no momento. Mas também estamos esperando para ver como nossos pilotos atuais se desenvolvem. Não queremos tomar decisões precipitadas.”
Enquanto isso, seu principal piloto, Marc Márquez está garantido até 2024 graças a um contrato de longa duração assinado em 2020, pouco antes do seu acidente no GP da Espanha. “Agora depois do GP de Jerez aconteceu essa história [da Suzuki] que foi uma grande surpresa para todos. No entanto, esses eventos não vão atrapalhar nossos objetivos e não vão mudar nossos planos. Queremos manter nosso cronograma planejado.“
Depois que Dani Pedrosa decidiu se aposentar como piloto de corridas em 2018 (passando a atuar como piloto de testes da KTM), a Honda trocou de piloto três vezes: Jorge Lorenzo (2019), Alex Márquez (2020) e Pol Espargaró (2021-2022). Nenhum deles conseguiu acompanhar o ritmo de Marc Márquez.