O chefe da Dorna, Carmelo Ezpeleta fez afirmações contundentes sobre o futuro da Honda e Yamaha na MotoGP. O dirigente disse que as duas fabricantes, que atravessam dificuldades, podem receber as concessões no ano que vem, mesmo sem a aprovação da Ducati, Aprilia e KTM.
Inaugurada em 2016, a regra das concessões permite a um fabricante que não venceu, não chegou ao pódio ou a um número mínimo de pontos, benefícios adicionais para se desenvolver, como testes ilimitados, mais motores para utilizar, assim como pneus extras.
Aprilia, Suzuki e KTM se beneficiaram da regra para atingir o status de competitividade atual sem objeções da Honda e Yamaha na época, argumento que Ezpeleta utiliza para defender a introdução das duas no benefício a partir de 2024.
“A questão das concessões foi algo que foi feito quando a Ducati não vencia e a Yamaha e a Honda foram generosas em dar benefícios às fabricantes que entravam. Tentaremos fazer o mesmo no próximo ano“, disse Espeleta em entrevista ao jornal espanhol Marca.
“Não é que haverá concessões à Honda e Yamaha, mas haverá um sistema de concessões mais adequado à realidade dos resultados de agora“, explica. “É sobre ser competitivo. Do ponto de vista moral, quem na altura abriu espaço para concessões é quem mais precisa delas agora“.
Carmelo Ezpeleta e seu filho Carlos, que é diretor executivo da Dorna, têm falado desde junho em mudar a regra das concessões para permitir a entrada de Honda e Yamaha nelas. Mas isso esbarra em uma limitação: qualquer mudança no regulamento precisa ser aprovada por unanimidade.
“Se não for possível fazer isso por unanimidade… então teremos que pensar em uma maioria”, raciocinou Ezpeleta. “Mas prefiro convencer as pessoas.” Inicialmente, a Ducati tem se mostrado contra uma mudança. Já a Aprilia parece mais aberta ao diálogo.
Se as montadoras se mostram inflexíveis quanto a uma mudança nas regras, o mesmo se aplica à Dorna no que concerne a liberar para a KTM a inclusão de mais uma equipe satélite em 2024, para a acomodar Pedro Acosta. O dirigente permanece irredutível.
“Sejamos claros: nunca houve uma quinta moto para a KTM e nunca haverá“, frisou mais uma vez Ezpeleta. “Não haverá outras motos porque o sistema que existe funciona muito bem. As equipes independentes têm direitos e valores que não teriam se você desse uma moto para todo mundo que chega. Queremos 22 motos no grid, não 24.“