O chefe do departamento de design da BMW Motorrad, Edgar Heinrich contou como foi o processo de concepção da nova S1000RR apresentada no Salão de Milão. O alemão explicou porque o novo modelo não conta mais com os icônicos faróis assimétricos.
Heinrich disse que a decisão de utilizar faróis assimétricos no modelo antigo não teve outro motivo senão praticidade e perda de peso: “Quando fizemos a primeira S1000RR, não sabíamos o que fazer, então tentamos de tudo, Foi simples assim“, disse ao MCN.
“Queríamos fazer a melhor moto que pudéssemos o que para uma moto de corrida é ser o mais leve possível“, continua. “Sempre que conseguimos uma redução de peso, acabamos em itens assimétricos como a redução no refletor de luz alta, economizamos 150g”, revela.
Para a nova moto, porém, os avanços tecnológicos significaram que não havia mais a necessidade de uma mistura de feixes maiores e menores, tornando o design assimétrico dispensável: “Para a nova moto, trabalhamos com LEDs e não há necessidade de assimetria, pois tudo está em uma parte“, confirma. “Na verdade, sempre quisemos nos livrar das luzes, tirá-las da frente, porque uma moto de corrida não tem luzes“.
Mesmo assim, Heinrich afirma que a equipe pensou em manter os faróis assimétricos: “Nós conversamos sobre manter o design antigo. Poderíamos ter tornado os componentes do LED assimétricos, mas teria sido algo estúpido. Nós não estudamos design para fazer esse tipo de trabalho“.
Apesar disso, o designer admite que os projetos atuais são muito parecidos entre si: “Se você olhar para as motos de 50 ou 60 anos atrás encontrará centenas de componentes que foram habilmente projetados para trabalhos pequenos e cada modelo era diferente”, relembra. “Hoje tudo é simplificado, as peças são todas iguais: os mesmos garfos, rodas, etc. É muito sofisticado e rápido, mas dá certo desânimo“.
Para Heinrich, uma das áreas mais criativas da atualidade é a mobilidade elétrica: “motos elétricas nos dão novas oportunidades. Podemos criar uma nova linguagem de design. Já estamos fazendo coisas realmente empolgantes, primeiro em mobilidade urbana, e as motos seguirão depois disso“, acredita.