Lucas Carioli
O CEO da MV Agusta, Timur Sardarov se mostrou preocupado com o futuro da Guerra na Ucrânia ainda em curso. O executivo, no entanto, não acredita que a marca será afetada.
Sardarov, que salvou a MV Agusta da falência em 2016, foi um dos primeiros russos a se manifestarem contra o conflito. Primeiro através de posts nas redes sociais, depois em uma carta aberta publicada no site da fabricante, onde se mostrava “enojado e envergonhado” com as decisões de seu presidente, Vladimir Putin.
“O conflito afetará a todos no mundo. Acho que veremos aumentos nos custos diários devido à inflação e outros fatores. Não sei até onde a sociedade ocidental irá com a pressão atual para interromper o conflito“, opinou Sardarov ao MCN. “Se colocarmos todos os portadores de passaporte russo na lista negra, haverá muitas consequências que não posso prever. É claro que a MV também seria afetada. Não acredito que isso aconteça, mas se isso acontecer, estaremos vivendo em um mundo mais perigoso.“
Sardarov criou o Ocean Group International (OGI), que tem escritórios em Nova York, Londres, Genebra e Moscou. A OGI tem um braço de investimentos chamado “Black Ocean”, que comprou a MV Agusta no final de 2016, com Sardarov assumindo as rédeas de Giovanni Castiglioni como CEO em 2018.
Com nações em todo o mundo impondo sanções a indivíduos russos, principalmente oligarcas que fizeram fortuna ao lado de Putin, algumas pessoas estavam preocupadas que isso pudesse ter um efeito negativo na MV Agusta, mas Sardarov tentou tranquilizar todos os fãs da marca de Varese.
“Em termos de sanções pessoais, não vejo por que elas seriam aplicadas a mim ou à minha família“, diz Sardarov. “Eu, pessoalmente, nunca fiz negócios na Rússia e meu pai é um homem bem-sucedido que se fez sozinho. Essa ideia é completamente exagerada e errada. A comunidade empresarial russa é diversificada e tem muitos empresários talentosos que alcançaram o sucesso por mérito próprio. É por isso que não acho que eu, minha família ou a MV estejamos ameaçados.“
Sardarov voltou a destacar que não são todos os russos que apoiam esse conflito: “Parte da razão pela qual quero expressar minha opinião é que os russos são diferentes e a maioria de nós, infelizmente, não tem influência na política“, afirmou. “Pessoalmente, farei tudo o que puder para apoiar os meus muitos amigos na Ucrânia“, garante.
