O presidente da Kymco, Allen Ko comentou sobre as perspectivas de crescimento das motocicletas elétricas na década que está prestes a se iniciar. O dirigente acha que esses modelos ainda precisam melhorar para se tornarem desejáveis.
A Kymco é uma das marcas mais interessadas na evolução da tecnologia elétrica. No Salão de Milão eles apresentaram a RevoNex, uma naked de motor elétrico que tentará conquistar o público realmente apaixonado por motocicletas.
“Para começar, precisamos separar motocicletas elétricas de scooters elétricas. Para os scooters, o foco é como fornecer uma solução total, porque não há infraestrutura. Para que funcione isso precisa estar no lugar“, disse o dirigente ao MCN. “Com as motos, a infraestrutura será atendida pelas montadoras em breve. Só precisamos descobrir como fazer as pessoas não precisarem se preocupar com a autonomia e torná-las desejáveis“, acredita.
Para Allen, as vendas das motocicletas elétricas (e dos veículos dessa categoria em geral) só se tornarão desejáveis quando forem efetivamente melhores do que os modelos à combustão interna, coisa que ainda não são.
“Na minha opinião, você sempre será menos eficaz se tentar convencer alguém a comprar uma motocicleta elétrica em vez de uma a gasolina. Mas é fácil convencer as pessoas a comprar um produto superior“, explica Ko. “Portanto, a questão não é se você compra uma moto elétrica ou não, a chave é fabricar uma moto melhor. Com as nossas SuperNex e RevoNex, estamos construindo motocicletas de alto desempenho, que por acaso são elétricas“, destaca.
Os modelos da Kymco apostam em um design convencional e um trem de força que contém um câmbio de seis marchas, com quickshifter e autoblipper. Ou seja, o motociclista pode conduzi-la como se estivesse em uma máquina a gasolina ou deixar para que o modelo faça tudo automaticamente.
“A chave é que você tem a escolha. Se você quiser, nunca precisará usar uma embreagem novamente. É o mesmo com o barulho: enquanto alguns dizem sentir falta do som, outros gostam do quão silenciosas elas são“, acrescenta Ko. “Muitas pessoas nos dizem ‘ah, que legal’ quando mostramos, mas não querem comprá-la. Estamos tentando mudar isso. A tecnologia é sempre difícil, mas a parte realmente difícil é a mentalidade“, aponta.
Apesar das dificuldades, Ko acredita que a próxima década será de ascensão definitiva das motos elétricas: “Nos próximos três anos, veremos um enorme crescimento na tecnologia de baterias e um grande aumento nos pontos de recarga“, prevê.