Conforme já se suspeitava, a MV Agusta realmente está com problemas financeiros. A confirmação veio do próprio CEO da marca, Giovanni Castiglioni, que afirmou haver dívidas com fornecedores.
Castiglioni foi entrevistado pela revista britânica Motorcycle News. O dirigente disse que a MV Agusta esperava ampliar a produção a um nível que agora se revelou ser impossível de atingir. De acordo com o italiano, eles também gastaram demais com pesquisa e desenvolvimento.
“Tínhamos um plano para aumentar os volumes de produção para 15.000 e 20.000 unidades por ano, e agora decidimos que não é alcançável. Vamos nos concentrar em nosso negócio principal, que é a construção de motos premium, tais como os nossas superbikes F4 e tourers rápidas, como a Turismo Veloce 800, mas tudo em volumes menores“, disse Castiglioni.
“Nossos problemas de liquidez atuais vêm dos gastos em pesquisa e desenvolvimento ao longo dos últimos anos. Nós expandimos muito a linha de modelos. Nossa pesquisa mostrou que os clientes querem um tipo diferente de motos, que estaremos focando para o futuro“, explicou.
Os problemas financeiros da MV Agusta começaram a surgir na semana passada, quando os jornais de Varese (a cidade sede da fabricante) apontavam uma movimentação dos sindicatos locais para averiguar as contas da marca em 2015.
Desde então, diversos rumores começaram a pipocar de todos os lados, afirmando que a produção havia parado e os funcionários demitidos. Nada disso é verdade, segundo Castiglioni, que também garantiu não haver problemas com a AMG (braço esportivo da Mercedes-Benz que detém 25% da empresa).
“Estes rumores não são completamente verdadeiros. A produção não parou, mas as linhas de produção foram abrandadas há alguns meses e perdemos uma grande quantidade de produção por causa disso. Temos nos concentrado em vender o inventário para levantar dinheiro. Nós vamos reestruturar as dívidas e buscar novos investidores” garantiu.
“Nada foi assinado no momento para novos investimentos, mas a empresa continuará enquanto a busca continua. Quanto à AMG, até onde eu sei, não há interesse em serem produtores de motocicletas. Perdê-los como acionista minoritário não é um problema para mim. Eu quero continuar à frente da MV e não estou interessado em vender a empresa.“
Segundo o site Asphalt and Rubber, as dívidas da MV Agusta com os investidores chega a € 40 milhões de euros. Ainda não se sabe exatamente quais são os modelos que poderão sair de linha devido à crise. A próxima reunião entre as partes interessadas acontecerá em 8 de abril.