Campeão do mundo nas 500cc em 1999, Alex Crivillé teve seu nome citado no escândalo “Panama Papers” juntamente com outros esportistas famosos. O espanhol teria cobrado seus direitos de imagem através de uma empresa de fachada.
As informações são do jornal espanhol El Confidencial que teve acesso a uma investigação liderada pelo ICIJ. Em 25 de janeiro de 2000, três meses após Crivillé ter sido coroado o primeiro campeão espanhol da motovelocidade, o escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca emitiu um despacho registrando a sociedade Pro Best Invest SA nas Ilhas Virgens Britânicas.
A residência fiscal de Crivillé, no entanto era na Suíça, o que configura a Pro Best Invest SA como uma empresa Offshore, ou seja, aquelas localizadas em um país diferente de seus associados, principalmente nos chamados “paraísos fiscais”. De acordo com o site Grande Prêmio, Crivillé recebia da Pro Best 72 mil euros fixos por ano e 85% de benefícios sobre esse valor.
O último intermediário foi a empresa holandesa Racinvest, o que faz sentido, já que a Holanda possui um tratamento fiscal mais favorável do que as Ilhas Virgens Britânicas. Essa sociedade teria desfeita em 2006, quatro anos depois de o piloto ter se aposentado e voltado a morar na Espanha.
Segundo o escândalo do “Panama Papers”, o Mossack Fonseca trabalha – desde os anos 70 – na administração de ativos dessas empresas, que (segundo as acusações) não teriam outra função senão a fuga dos associados das pesadas cargas tributárias de seus países de origem. Ou seja, Crivillé está com seu nome ligado à possíveis sonegações de impostos.
Onze milhões de documentos foram revelados com a participação de mais de 200 mil empresas. Além de Crivillé, outros esportistas foram mencionados, como o jogador Lionel Messi o piloto de F-1, Nico Rosberg e o cineasta Pedro Almodóvar. Também foram citados os presidentes Vladimir Putin, Maurício Macri e até o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.