O saldo final da temporada 2021 foi péssimo para a Honda na MotoGP, quase tão ruim quanto em 2020 e outros resultados negativos podem ser contabilizados ao longo do ano.
Parecia que as coisas estavam se endireitando para a Honda após o GP da Emilia Romanha, quando Marc Márquez venceu com autoridade pela terceira vez no ano. Logo depois, porém, o octacampeão voltou a se lesionar seriamente em um treino particular, um acidente ainda mal explicado e que gera muita controvérsia.
O fato é que Márquez foi descartado pelo resto do ano. O piloto de testes, Stefan Bradl foi escalado para o GP de Portugal, mas não para o de Valência, onde apenas Pol Espargaró ficou responsável por defender as cores da equipe oficial. Só que o espanhol também sofreu um violento acidente no FP3 e nem pôde correr.
Essa foi a primeira vez que a Honda não participou com nenhuma motocicleta oficial em 29 anos. A última tinha sido no GP da Holanda de 1992, quando Mike Doohan quebrou a perna e Wayne Gardner já estava fora. Mesmo assim a marca venceu a prova com Alex Crivillé, que era de uma equipe privada.
Vencer com uma equipe particular parece um sonho para a realidade atual da Honda. O único piloto a ver a bandeira quadriculada em Valência foi Alex Márquez na décima terceira posição. Seu companheiro de equipe, Takaaki Nakagami caiu quando estava em nono. Os dois pilotos da equipe LCR tiveram um ano péssimo.
E por falar em quedas, esse é um campeonato que a Honda ganhou, de longe. Dos 278 acidentes que ocorreram na Classe Rainha, 75 deles foram com motos da marca, isso é 27% do total. A seguir veio a KTM, bem atrás, com 57 caídas. O piloto que mais caiu? Marc Márquez com 22 deles, mesmo tendo participado de apenas 14 corridas.
O número de quedas de Márquez é expressivo e bem próximo do seu recorde pessoal de 27 acidentes atingido em 2017 (em 18 etapas disputadas). A seguir, temos mais pilotos da Honda, com Pol Espargaró (20), Alex Márquez (19), 12 de Nakagami e dois de Bradl, em suas substituições curinga.
A situação de Pol Espargaró também merece uma atenção especial. Contratado para andar com Márquez na frente (ao contrário de seus antecessores, Alex Márquez e Jorge Lorenzo), o espanhol teve o seu ano mais acidentado na MotoGP. Seu recorde anterior havia sido em 2017, seu ano de estreia na KTM, com 14 caídas.
Bradl, mais uma vez, será o responsável pelo crucial desenvolvimento da nova RC213V nos testes de Jerez que começam na próxima quinta-feira (18). O protótipo já foi experimentado por Márquez em uma sessão anterior e parece ter gostado. O futuro da fabricante pode depender disso.