O tricampeão mundial Luca Cadalora teceu alguns comentários sobre como tem sido trabalhar como “consultor de pilotagem” de Valentino Rossi. O italiano revelou que o conterrâneo sempre está disposto em aprender coisas novas.
Campeão nas 125cc em 1986 e nas 250cc entre 1991 e 1992, Cadalora foi um dos pilotos mais populares da Itália nas décadas de 80 e 90, só não chegando ao título nas 500cc, dominada pelo australiano Mike Doohan. Ainda assim, o italiano conquistou 34 vitórias, 72 pódios, 29 pole positions e um vice-campeonato em 1994.
A colaboração de Cadalora e Rossi começou no ano passado, depois de uma sessão de testes no circuito de Misano, ocasião em que pilotaram uma Yamaha R1 para fins promocionais. Após muita conversa sobre motos e corridas, o ex-piloto juntou-se à equipe esse ano para auxiliar o eneacampeão no acerto da M1.
“Nos conhecemos no ano passado em Misano. Desde o início, tivemos um bom relacionamento e em seguida, ele sugeriu a possibilidade de entrarmos em uma cooperação. Minha função é encontrar pontos onde eu possa ajudá-lo de diferentes maneiras para melhorar o seu desempenho. Às vezes vejo algo no comportamento da moto, mas isso é difícil de explicar, porque o sentimento está dentro de mim e precisaria pilotar. Isso não é nada técnico, mas uma percepção. Então eu explico para Silvano Galbusera (engenheiro de corridas), para os mecânicos e para Valentino o que eu vejo. Eles, então, consideram se é útil para ajustar a máquina. Rossi tem a decisão final.” (Luca Cadalora)
Cadalora classifica Rossi como uma espécie de “Frankenstein-Rider“, ou seja, uma mistura de diversos campeões diferentes: focado no objetivo como Eddie Lawson, engenhoso como Kevin Schwantz, esperto como Wayne Rainey e também teimoso como Mike Doohan. Mas sua melhor qualidade é o interesse em aprender coisas novas.
“É muito fácil trabalhar com um piloto como Valentino, porque ele sabe como ganhar ao longo dos anos. Ele nunca pensa que já sabe tudo. É preciso estar disposto a tentar coisas novas. É isso que faz a diferença entre ele e o resto. Isso é ótimo. Eu acho que ele ainda tem um bom caminho a percorrer nas pistas.”
Depois de abandonar a última etapa em Mugello devido à quebra de seu motor, Rossi ocupa a terceira posição no campeonato, com 78 pontos. O líder é seu companheiro de equipe, Jorge Lorenzo, com 115. A sétima etapa acontece na Catalunha, no próximo domingo.