Campeão na Moto2 em 2011 e atual piloto de testes da Honda, Stefan Bradl se preocupada com o rumo que a MotoGP tomou nessa temporada. O alemão afirma que os pilotos estão sobrecarregados e mais acidentes podem acontecer.
Em apenas duas etapas em 2023, a MotoGP já tem cinco pilotos lesionados. Só 17 deles alinharam na corrida principal do GP da Argentina, na tarde do domingo passado, número que não era visto desde 2010 e 2011, mas por ausência de equipes capazes de competir em alto nível.
Agora a situação é muito diferente. O equilíbrio é tão grande que proporciona, às vezes, 20 pilotos no mesmo segundo. Esse ano, foi introduzida no sábado uma corrida curta (Sprint Race), o que significa um treino livre a menos e mais pressão para vencer.
“Devido ao traçado da pista e às condições meteorológicas na Argentina, o número de feridos não foi tão grande como em Portugal, mas temo que, quando voltarmos para a Europa, as coisas vão esquentar de novo e mais coisas vão acontecer“, disse Bradl ao canal alemão Speedweek.
“Isso é por causa do novo formato, porque já na sexta-feira, no FP2, todo mundo tem que pilotar feito um louco se quiser ir direto para o Q2. A classificação segue agora no sábado de manhã. Você não apenas está sob estresse o tempo todo, como também é constantemente solicitado a dar 110%“, afirma.
Além disso há o problema das penalidades. O maior número de corridas, com pilotos sob pressão o tempo todo, significa uma maior propensão a incidentes. Logo, os comissários de corrida estão trabalhando como nunca, às vezes com critérios duvidosos.
“Os comissários têm um trabalho difícil. Onde punir e onde não punir? Este é um capítulo difícil. Eu acho que é um pouco exagerado que tudo esteja agora ‘sob investigação’ e que muita penalidades sejam impostas. Não entendo direito os critérios, mas não conheço nenhuma fórmula mágica“, opina Bradl.
“Se você deixar todos pilotarem como quiserem, mais acidentes acontecerão. Então ficaria ainda pior. Na qualificação e na Sprint Race, todos querem colocar a cabeça na parede. Como eu disse, todo mundo está arriscando 110%. Em algum momento, a capacidade humana atingirá seu limite“, continuou.
“Nós pilotos não temos mais margem para o menor erro. Se você cometer um pequeno erro e for punido imediatamente… chegamos ao limite humano neste esporte. É hora de desacelerar um pouco a MotoGP”, concluiu. O GP dos Estados Unidos acontece em uma semana.