Foram descobertos os projetos da BMW acerca de um novo tipo de quadro, que utiliza o motor como parte da estrutura, além de ser mais estreito. Estaria a marca alemã pensando em introduzir um propulsor de três cilindros?
O quadro, além de ser o esqueleto da moto, é peça fundamental em seu comportamento, principalmente em curvas. Há muitos tipos diferentes de estrutura, como você confere nessa matéria, mas em termos de modelos esportivos, aqueles que utilizam o motor como membro vem ganhando espaço.
Agora, a BMW solicitou registros de patente para um projeto que dá um passo além: uma meia estrutura que é aparafusada diretamente ao motor por meio de enormes parafusos que também prendem o cabeçote ao bloco para criar um design mais leve e compacto do que um chassi convencional.
O design (veja nas fotos abaixo) apresenta um chassi conectado diretamente ao motor fornecendo uma ligação direta com a cabeça de direção e permitindo que o braço oscilante atue diretamente na caixa de câmbio, com o motor funcionando como estrutura principal.
A ideia de usar o motor como parte estrutural do chassi está longe de ser novidade, com a Ducati Panigale V4 e sua versão de MotoGP colhendo os resultados. No entanto, a BMW leva a ideia um passo à frente usando os parafusos da cabeça do cilindro como meio de prender o quadro à motocicleta.
Os benefícios vem de que, com os cilindros e o “meio quadro” formando uma linha reta, eles levam as tensões de uma extremidade à outra de uma forma mais direta. Além disso, o sistema reduz a contagem de peças e o peso geral. O design também visa minimizar a largura dos motores inline four.
A largura é uma área onde os motores V-twin e V4 costumam ter uma vantagem, oferecendo um benefício colateral em termos de aerodinâmica. O projeto da BMW pode trazer o melhor dos dois mundos, criando uma moto estreita que também tem o menor custo de um motor em V.
A patente inclusive faz referência específica em torno de um motor de três ou quatro cilindros. Embora a marca alemã já tenha uma base bastante atualizada propulsores tetracilíndricos, como a S1000RR, S1000R e S1000XR, um tricilíndrico seria mais estreito.
Faz décadas que a BMW não faz um motor de três cilindros, com a K75 sendo a mais lembrada. Em 2006 eles estudaram entrar na MotoGP com um motor tricilíndrico cortado a partir do V10 de 3000cc que competia na equipe Williams de F1. Projeto esse que acabou abortado.
A decisão de parar foi acertada na época. A Aprilia pegou a mesma rota dos “três cilindros de um motor de F1” para criar sua lendária RS Cube, utilizando um motor desenvolvido pela Cosworth que parecia perfeito na teoria, mas se mostrou um desastre na prática.
Mas muita coisa evoluiu nesses 20 anos, com a Triumph Daytona 765 sendo o maior exemplo do quão boa pode ser uma esportiva de três cilindros. Ao combinar essas ideias, motor e chassi, a BMW pode estar tramando o próximo pulo do gato no segmento de super esportivas.