A BMW Motorrad patenteou um projeto que tem tudo para ser o sistema de válvulas variáveis “ShiftCam” no motor da G310R. O recurso, que aumenta o desempenho em todas as rotações, está presente na R1250GS e S1000RR.
Introduzido em 2018, o eixo de comando de válvulas de admissão tem 4 em vez de 2 cames para as 2 válvulas de admissão e um pequeno atuador engata em uma ranhura de mudança, em que o came de torque menor ou maior é deslocado para as segundas válvulas de admissão.
Na invenção que a BMW está patenteando, o atuador está no meio em vez de na lateral, o que economiza espaço de instalação. Outra diferença é que as válvulas são abertas pelo respectivo came usando tuchos de caçamba e não pelos balancins de maior velocidade e mais caros dos motores maiores.
No motor boxer da R1250GS, os 2 perfis diferentes de came de admissão são trocados dependendo da carga e da rotação do motor, girando acima de 5.000 rpm. Na S1000RR, a troca ocorre a 9.000 rpm. Supondo que isso corresponda a cerca de dois terços da velocidade nominal de saída, é esperado um ponto de transição a cerca de 6.000 rpm para o motor monocilíndrico.
Atualmente o monocilíndrico de 313 cm³ entrega 34 cv a 9.500 rpm e 2,9 kgf.m a 7.500 giros. No segmento dos motores de 300cc, o single da BMW nunca foi o mais forte. O sistema “Shiftcam” pode mudar isso, porque permite gerar mais torque e um desempenho superior.
Se a diferença de 27% a mais de potência da S1000RR em comparação com a S1000R sem Shiftcam se repetir na G310R, a potência do motor aumenta para 43 cv, praticamente a mesma de sua grande rival, a KTM 390 Duke, por exemplo. Muito mais próximo dos motores maiores e ainda compatível com a categoria de condução A2 europeia.
A última atualização na G310R aconteceu em 2020, quando ganhou uma nova carroceria e melhorias eletrônicas. O motor, entretanto, ficou praticamente o mesmo. Os alemães da revista Motorrad afirmam que a patente ainda aponta um aumento no deslocamento volumétrico, que ficaria entre 330 e 350cc.