Lembra-se que no ano passado noticiamos que a BMW estudava a introdução de chassis de carbono nas motos de produção? O sonho vai se tornar realidade. A informação foi confirmada por Karl Viktor Schaller, chefe do setor de pesquisa e desenvolvimento da marca.
Assim como antes, a notícia veio em primeira mão pelos colegas ingleses do Motorcycle News. A BMW Motorrad já tem condições de oferecer a outrora inacessível fibra de carbono em larga escala já possuindo, inclusive, uma fábrica para a produção desse custoso material.
É claro que a fibra de carbono não será usada em todas as motos, mas Schaller confirmou seu uso em alguns modelos topos de linha, como a superesportiva S1000RR, por exemplo. A ideia é substituir algumas partes hoje empregadas com alumínio.
“Nós não vemos um uso extensivo da fibra de carbono, mas desenhos funcionais em carbono que não podem ser feitos de alumínio. Atualmente a BMW está fazendo um grande trabalho de investigação neste material para uso em motocicletas. Quanto à forma que a fibra de carbono seria utilizada, não se trata de uma simples substituição de peças de alumínio por outras com a mesma forma, construída em fibra de carbono. Esse material funciona de uma maneira muito diferente e seria preciso uma reformulação completa de como projetar a moto desde o início.” (Karl Viktor Schaller chefe de pesquisa e desenvolvimento da BMW)
Schaller explicou que a BMW ainda está analisando as micro fissuras e rupturas em um acidente, que muitas vezes só são detectadas através de raios-X, que ainda é caro. “Este tem sido um dos aspectos mais surpreendentes do teste e avaliação que temos feito até agora”, continuou. “Descobrimos que, em determinadas circunstâncias, a fibra de carbono é muito mais forte e resiste melhor a danos causados por impactos ou acidentes do que pensávamos antes“, analisou.
Oriunda da tecnologia aeroespacial e popularizada pela Fórmula 1 no começo dos anos 80, a fibra de carbono se destaca por ser tão leve quanto o alumínio, porém muito mais rígida e resistente. O material se tornou mais acessível na década de 2000, já vindo em alguns carros de rua. No entanto, essa é a primeira tentativa concreta de seu uso em motos de produção em série.