A BMW Motorrad apresentou oficialmente ontem (29) duas novas versões da sua custom R18, chamadas de Bagger e Transcontinental. Com elas, eles esperam roubar clientes da Harley-Davidson à moda germânica.
Ambas as motos possuem o mesmo motor, um gigantesco dois cilindros “big boxer” de 1.802 cm³, refrigerado a ar, que produz 92,2 cavalos a 4.750 rpm e 15 kgf.m de torque já disponíveis entre 2.000 e 4.000 giros. A transmissão é feita por eixo cardã com marcha ré com assistência elétrica para facilitar o trabalho do motociclista.
As duas também compartilham o mesmo chassi, um quadro de aço sólido, mas com diferenças na geometria de suspensão. Os garfos são mais inclinados em 5,4º (62,7º), o que leva a uma distância entre eixos maior, de 1.695 mm para 1.730 mm. A suspensão traseira também teve um aumento de 30% no curso ( 120 mm) para maior conforto.
Isso se deve ao maior peso das duas versões: 398 kg na Bagger e 427 kg na Transcontinental, o que significa 82 kg e 44 kg a mais que a R18 convencional. O peso total permitido é especificado em 630 quilos, de modo que a Transcontinental pode carregar ainda 203 quilos, graças à estrutura reforçada.
O tanque de combustível também cresceu em ambos os modelos, de 18 litros para 24 litros, o que deve aumentar a autonomia para algo em torno de 320 km, distância que deve ser percorrida muito facilmente graças ao novo conjunto aerodinâmico dianteiro estilo “asa de morcego” uma clara referência à Harley-Davidson Ultra Limited.
O painel frontal é o mesmo em ambas motocicletas, mas a Transcontinental conta com um para-brisa mais alto, um conjunto de defletores e algumas aberturas na carenagem para espantar ainda mais o vento e a chuva. Na parte traseira, quatro mostradores analógicos indicam velocidade, rotação, combustível e “potência de reserva”, um recurso muito usado pela Rolls Royce, que também pertence ao BMW Group.
Abaixo, há uma enorme tela de TFT colorido de 10,25 polegadas, que traz o grande diferencial dessas motocicletas: a eletrônica. O controle de cruzeiro é de série, com o adaptativo – aquele que usa câmeras e radares para manter uma distância constante com o veículo da frente – como opcional.
As motos ainda contam com três modos de condução (Rain, Rock, Roll), um ABS totalmente integrado, luzes que acompanham o movimento das curvas, assistente em subidas, manoplas com aquecimento, tecnologia keyless-go e um sistema de áudio desenvolvido Marshall, com quatro alto-falantes e dois subwoofers que geram 280 Watts.
Mas a parte realmente bacana é o sistema de navegação. Semelhante ao da BMW R1250RT, o dispositivo funciona via Wi-Fi com um App pareado ao smartphone e você pode integrar tudo na tela. Para manter o seu telefone ligado mais tempo, há um pequeno orifício no tanque que o armazena o e carrega sem fios conforme você avança.
A posição de pilotagem é semelhante nas duas, mas a Bagger vem com um assento mais fino, e apoios para os pés mais tradicionais. Já a Transcontinental tem um assento enorme (com aquecimento de série), estribos e um verdadeiro trono para você posicionar a sua rainha. Na parte de trás, o porta-malas admite 48 litros. Os alforjes laterais (disponíveis nas duas) comportam 27 litros cada.
As motos pretendem estar disponíveis nas concessionárias europeias a partir de setembro com a Bagger custando em torno de € 27.000 e a Transcontinental € 28.000. Ou seja, bem mais caras que o resto da linha R18, porém na mesma faixa das melhores Harley-Davidson e Indian. Há uma boa chance de que elas sejam disponibilizadas no Brasil.