Giacomo Agostini, até hoje o piloto de motocicletas mais bem sucedido de todos os tempos, com 15 títulos, disse em uma recente entrevista que pessoas estão pedindo para que aconselhe o compatriota Valentino Rossi a se aposentar.
Agostini deu uma entrevista ao jornal espanhol AS onde comentou diversos assuntos, entre eles o caso de Rossi que, aos 42 anos, não está mais conseguindo acompanhar o pelotão da MotoGP e soma apenas 4 pontos na temporada 2021.
“Estava jantando recentemente na Itália e o cozinheiro era um admirador meu de 70 anos. Ele me disse que era meu fã e agora era um torcedor Valentino Rossi, o que é bom, porque ele ganhou muito. E ele disse: ‘Giacomo, por que você não manda o Valentino se aposentar? ‘“, revelou. “Alguns me pedem para dizer a Rossi para se afastar, mas não posso fazer isso. Estou triste por ver o Valentino sem vencer, mas não posso dizer a ele porque é pessoal. Tenho respeito por ele e não quero bancar um professor ou pai. O pai de Valentino diz que ele deveria correr mais três ou quatro anos, mas eu não sou o pai e não digo nada.“
Agostini, que competiu no Campeonato Mundial em quase todas as classes entre 1964 e 1977, disse que decidiu se aposentar das pistas quando viu que não conseguiria mais vencer e satisfazer a sua enorme massa de fãs na época.
“Quando corri e comecei a ser segundo, terceiro, quarto e quinto, me sentia muito mal. Primeiro, porque as pessoas começaram a falar que o Agostini estava acabado, que não era o de antes. Isso me deixava mal e eu comecei a dizer a mim mesmo que eles provavelmente estavam certos”, revelou Ago. “Tinha habituado a torcida e todos aqueles que me amavam a sair para comemorar minhas vitórias nos circuitos e esses mesmos depois saiam tristes porque o Agostini não tinha vencido. Eu dava felicidade a eles nas noites de domingo, até que não foi mais possível.”
Apesar disso, Agostini demonstrou entender a insistência de Rossi: “Eu pensei muito nisso, porque quando você decide você deixa seu grande amor. Quando comecei não pensava em meninas, carros ou outras coisas. Pensei em motos, era meu grande amor. Fiquei chorando três dias quando decidi me aposentar“, contou. “Eu sabia que estava deixando algo que nunca mais teria. A alegria que a vitória te dá, o pódio, o público que te ama isso não volta. Você pode se tornar presidente da Fiat ou o que for, mas não é a mesma coisa“, reconhece.
No extremo oposto, Agostini também se mostrou extasiado com o novo talento que surge, Pedro Acosta, de apenas 16 anos que venceu três de quatro etapas esse ano: “É fantástico. É inacreditável, inacreditável. É muito corajoso. Como é possível um jovem de 16 anos vencer começando do pit lane e em sua segunda corrida? Ainda existe um bom celeiro de pilotos na Espanha.“