A Yamaha anunciou hoje (19) através de um comunicado oficial a contratação de Maverick Viñales para as próximas duas temporadas da MotoGP. O espanhol será companheiro de Valentino Rossi.
A marca dos diapasões oficializou a contratação através do seu tradicional boletim de comunicação, enviado à todos os órgãos de imprensa antes das etapas. Mais detalhes serão revelados às 12 horas (horário de Brasília) na conferência de imprensa que abre o Grande Prêmio da Itália em Mugello, nesse final de semana.
“É com grande prazer que a Yamaha Motor Co., Ltd anuncia a contratação de Maverick Viñales para uma vaga na equipe Movistar Yamaha MotoGP em 2017 e 2018. Viñales, que é atualmente quinto colocado no Campeonato de MotoGP, será parceiro do 9 vezes Campeão do Mundo Valentino Rossi, cuja renovação de contrato já foi anunciada em março deste ano.” (Yamaha Motor Company)
A confirmação põe fim a quase dois meses de muitas especulações na MotoGP, que começaram assim que Lorenzo anunciou, às vésperas do Grande Prêmio de Jerez, na Espanha, que não continuaria na Yamaha na próxima temporada, mudando-se para a Ducati.
A saída de Lorenzo desencadeou em uma espécie de “efeito dominó”, que mudou completamente o panorama de contratações para os próximos anos. A principal dúvida de todos era quem seria o eleito para pilotar a Yamaha YZR-M1 campeã do mundo.
Durante esse período, o principal nome sempre foi o de Maverick Viñales. O piloto de 21 anos realiza apenas a sua segunda temporada na MotoGP pela Suzuki, mas vem impressionando pela velocidade e precisão, cometendo poucos erros. Um estilo de pilotagem muito parecido com o de Lorenzo, inclusive.
A contratação de Viñales não foi tão simples assim, no entanto. Ciente de que Lorenzo estava à beira de sair, a Yamaha ofereceu-lhe um contrato antes mesmo de a temporada começar. O piloto, contudo pediu mais tempo para pensar, porque a Suzuki também havia feito uma contra proposta sedutora, encabeçada pelo seu líder, Davide Brivio.
Nesse ínterim, vários nomes foram ventilados, como Andrea Iannone (a opção preferida de Rossi), Dani Pedrosa (cujo anúncio chegou a ser dado como certo pela mídia espanhola) e até Marc Márquez, que faria uma insólita mudança da Honda, bancada pelo principal patrocinador da Yamaha, a gigante das telecomunicações Movistar.
A Movistar, contudo, só tinha uma exigência: que o piloto escolhido fosse um espanhol. Assim, Viñales assinou na sexta-feira passada (13) um contrato válido por duas temporadas (2017 e 2018), na qual receberá cerca de 5 milhões de euros por cada uma delas.
Pedrosa, por sua vez, já anunciou sua renovação com a Honda no começo da semana e Márquez deve fazer o mesmo nos próximos dias. Quanto à Iannone, seu destino será a Suzuki no lugar de Viñales, cujo anúncio também aconteceu hoje. A Ducati optou por ficar com Andrea Dovizioso.
De campeão da Moto3 à estrela da MotoGP em apenas três anos
Nascido em Figueres, na Espanha em 12 de janeiro de 1995, Maverick Viñales possui uma carreira quase tão fulminante quanto à de Marc Márquez. O piloto começou a pilotar minimotos com apenas três anos de idade, antes de passar para o motocross e eventualmente voltar às corridas de asfalto em 2002.
Em 2007, tornou-se campeão das 125cc catalã, repetindo o feito no ano seguinte. Em 2009, o espanhol “subiu” para o campeonato nacional com a equipe Blusens-BQR sendo companheiro do português Miguel Oliveira (hoje na Moto2). Viñales encerrou essa temporada como vice-campeão, apenas quatro pontos atrás de Alberto Moncayo, mas ficou com o título de “novato do ano”.
Viñales e Oliveira duelaram palmo a palmo o título do campeonato em 2010 e apesar do português ter vencido quatro corridas, foi o espanhol quem ficou com o titulo, mesmo somando apenas dois triunfos. Pesaram a seu favor ter terminado todas as sete corridas do ano no pódio.
Sua chegada ao Campeonato Mundial aconteceu em 2011, quando a categoria inicial ainda era de 125cc e dois tempos. A primeira vitória aconteceu em Le Mans, após uma dura batalha com o futuro campeão Nico Terol, vencendo-o na linha de chegada por apenas 48 milésimos. Outras três vitórias deixaram Viñales em terceiro na classificação e novamente eleito como o “Rookie of the Year”.
Com cinco vitórias na primeira metade da temporada, Viñales era o favorito para vencer o título da agora chamada Moto3 em 2012. Entretanto, a falta de consistência e uma briga com sua equipe no GP da Malásia fizeram com que o espanhol perdesse essa etapa e entregasse o título de bandeja para Sandro Cortese. A redenção, no entanto, viria no ano seguinte.
Competindo agora pela Calvo/Laglisse (equipe que tinha também Ana Carrasco e o brasileiro Eric Granado), Viñales finalmente se sagrou campeão da Moto3 em 2013, após uma eletrizante disputa final contra Alex Rins, Alex Márquez e Luis Salom em Valência, onde o título só foi decidido na última curva da última volta.
Daí em diante, a carreira de Viñales só deslanchou. O espanhol mudou-se para a Moto2 com a equipe de Sito Pons em 2014, chegando à vitória na segunda corrida do ano em Austin, nos Estados Unidos. O piloto conquistaria um total de quatro triunfos, nove pódios e uma pole position, encerrando o ano na terceira posição, novamente com o título de “novato do ano”.
Viñales pretendia ficar na Moto2 em 2015, mas uma oferta irrecusável da Suzuki antecipou sua ida para a MotoGP. Competindo pela marca japonesa, o espanhol tem sido constantemente mais rápido que seu colega de equipe, Aleix Espargaró e sempre se classifica entre os dez primeiros em treinos e corridas. Chegou a seu primeiro pódio justamente na última etapa, em Le Mans.