O acordo bilateral anunciado entre União Europeia e Japão terá efeitos significativos nos próximos anos, incluindo (prováveis) facilidades para o comércio de motocicletas. O que naturalmente é uma resposta clara a Donald Trump e as tarifas impostas recentemente pelos Estados Unidos.
No início dessa semana, a União Europeia (UE) e o Japão anunciaram formalmente a criação de um acordo de livre comércio para os próximos anos que reduzirá drasticamente os impostos aos produtos importados entre os dois envolvidos.
Firmado por Shinzo Abe, o primeiro-ministro do Japão e os líderes da UE, Jean-Claude Juncker e Donald Tusk, o acordo prevê a derrubada de diversas tarifas econômicas entre ambas as partes, a fim de estimular a cooperação internacional e o livre comércio.
As negociações haviam começado em 2012, mas estavam engavetadas até o começo desse ano, quando Donald Trump anunciou um polêmico novo pacote de tarifas para o aço e o alumínio importados aos Estados Unidos (25% e 10%, respectivamente), como uma forma de aumentar suas margens de lucro.
Apesar da reclamação mundial, Trump não voltou atrás, e a União Europeia anunciou sua retaliação em maio, com um novo imposto de importação de 25 a 33% sobre produtos norte-americanos. Quem sofreu com isso ironicamente foram a Harley-Davidson e a Indian, que serão forçadas a mover sua produção para fora dos EUA a fim de manter os preços competitivos.
O acordo entre UE e Japão é mais um duro golpe para as medidas de Trump e sinaliza que os Estados Unidos podem ficar isolados comercialmente: “Estamos enviando uma mensagem clara de que somos previsíveis – tanto o Japão como a UE – e responsáveis e viemos em defesa de uma ordem mundial baseada em regras, liberdade e transparência e bom senso“, disse Tusk.
Com uma população de 127 milhões de pessoas, o Japão é a terceira maior economia do mundo e o sétimo maior mercado de exportação da Europa. No que nos concerne, é o país produtor de motocicletas mais importante de nossa era, portanto um acordo de livre comércio entre ambos aumentar ainda mais a sua presença no ocidente, especialmente na Europa e vice-versa.
Embora o acordo ainda não esteja totalmente assinado, as últimas informações apontam que o pacto UE-Japão é questão de tempo. Os analistas econômicos, no entanto acreditam que serão necessários pelo menos 15 anos para que os setores se ajustem à nova competição externa e os efeitos sejam sentidos na prática.