Sem muito alarde, a Kawasaki expôs no Salão de Milão, na semana passada, um conceito de motocicleta elétrica que inclui, para a alegria dos motociclistas, a presença de um câmbio manual.
A motocicleta de porte médio utiliza um quadro de treliça derivado da Ninja 650 e suspensões convencionais. A transmissão de quatro velocidades é um dos focos do projeto, de acordo com o presidente da marca, Yuji Horiuchi.
“Focamos na sensação de andar durante os testes em estrada, combinando fonte de energia elétrica – que permite alto nível de flexibilidade na entrega de torque/potência – com capacidade de troca de marchas“, disse Horiuchi. “O resultado é uma máquina que proporciona um bom sentimento ao motociclista, alinhado com a nossa missão geral. Mas tenha certeza, estamos encontrando muito mais caminhos a serem explorados para expandir a emoção do controle sobre duas rodas“.
O motor elétrico ainda está em seus primeiros estágios de desenvolvimento e produz o equivalente a 27 cv durante a aceleração e uma potência de cruzeiro equivalente a 13,5 cv. Enquanto isso, o peso chega a 219 kg.
A bateria é alimentada por um sistema de carregamento estilo “CHAdeMo” ou uma fonte de alimentação doméstica de 100-240V. A autonomia, de acordo com a Kawasaki, pode chegar a 100 km com uma carga total. Outro recurso desenvolvido pelos japoneses é um sistema de frenagem regenerativa acionado pelo polegar esquerdo.
O conceito mostrado em Milão é muito semelhante às ilustrações de uma patente registrada no Japão em 2010 e posteriormente nos EUA em 2013 detalhando um método para tornar a bateria facilmente removível. Embora o quadro pareça uma peça única de treliça, aberturas em ambos os lados permitem a sua rápida remoção ou instalação.
A Kawasaki fez questão de dizer que não tem planos de apresentar uma motocicleta elétrica por enquanto devido às limitações da tecnologia. Eles, no entanto garantem que continuarão trabalhando no assunto até que a tecnologia atinja um nível satisfatório para produção em massa.