O ex-piloto e gerente da equipe VR46 Pablo Nieto revelou as diferenças entre a Ducati GP24 e GP23 que o time está utilizando esse ano que explicam o abismo que se abriu entre as equipes nessa temporada.
A Ducati deu um grande passo a frente com a Desmosedici GP22, que fez Pecco Bagnaia campeão em 2022 encerrando um jejum de títulos que já durava desde 2007. Potente, com farto downforce e muito maleável, a moto foi passada às equipes satélites, como a VR46, no ano seguinte.
Isso fez com que pilotos com Marco Bezzecchi e Fabio Di Giannantonio fossem muito bem e até vencessem corridas em 2023. Enquanto isso, a Ducati de fábrica e a equipe satélite Pramac tinham a sua disposição a nova GP23, considerada por todos como rápida, mas agressiva e imprevisível.
Mesmo assim, Bagnaia e Jorge Martin monopolizaram a briga pelo título e o mesmo procedimento aconteceu esse ano, com a GP23 sendo repassada para as equipes VR46 Team e Gresini Racing. Ducati e Pramac ficaram com a nova GP24, que segundo Pablo Nieto, é mais suave.
“No ano passado, a diferença entre uma moto e a outra não era tão grande. Este ano, eles deram esse pequeno passo”, revelou Nieto ao Autosport. “Mais do que a diferença, acho que é a maneira como a moto é pilotada. A GP24 é uma moto muito mais simples, muito mais suave. Na GP23, a potência máxima do motor é muito mais agressiva. E isso, quer você goste ou não, torna a pilotagem muito pior.”
Esse ano, com a GP23, a VR46 conseguiu um único pódio após as 11 primeiras etapas da temporada, com Bezzecchi no GP da Espanha em abril. Porém é Di Giannantonio quem apresenta o desempenho mais consistente e frequentemente está na frente do colega de equipe, na pista e no campeonato.
“Di Giannantonio está fazendo um trabalho espetacular. Ele é quase sempre o segundo melhor GP23 [atrás de Márquez], o que eu acho muito importante, sabendo que Marc está sempre lá”, prosseguiu Nieto. “Entre agora e o final do ano, acho que podemos até lutar por um pódio, que acho que seria o principal este ano.”
No GP da Áustria, realizado há duas semanas, três Ducati GP24 cruzaram a linha de chegada nas três primeiras posições, quase 14s a frente de Marc Márquez em uma GP23. O espanhol teve um problema com o dispositivo de largada e ainda tocou-se com Franco Morbidelli em outra GP24.
Em 2025, com a saída da Pramac para a Yamaha, a moto do ano, no caso a GP25, ficará com os dois pilotos de fábrica e as outras duas divididas, uma para a VR46 (Di Giannantonio) e a outra com a Gresini (Alex Márquez). Morbidelli e o novato Fermin Aldeguer ficarão com a GP24.