O Mundial de Endurance da FIM começa nesse fim de semana com a realização das 24 Horas de Le Mans. Pouco conhecida do grande público, a versão em duas rodas também enche La Sarthe com disputas tão acirradas quanto em quatro rodas.
A prova surgiu em decorrência da mudança das tradicionais 24 Horas de Bol d’Or do circuito Bugatti para Paul Ricard em 1977. Assim, o Automobile Club de l’Ouest (ACO) organizou outra corrida de 24 Horas a partir de 1978 no circuito curto de Le Mans.
Realizada ininterruptamente desde então (46 edições), as 24 Horas de Le Mans se tornou em uma das clássicas corridas de resistência em duas rodas, junto com as 24 Horas de Liège, as 8 Horas de Suzuka e as 24 Horas de Bol d’Or.
Em 2002, as três corridas de 24 Horas na França (Le Mans, Liège e Bol d’Or) saíram do campeonato para criar o Master of Endurance. Mas nos últimos anos, o Mundial de Endurance da FIM foi reformulado tornando-se FIM EWC e voltou a contar com duas delas (Le Mans e Bol d’Or).
Com tanta tradição, a França é o país dominante nas 24 Horas de Le Mans, o lar da maioria das equipes independentes. Algumas já têm o seu lugar na história, como a F.C.C. TSR Honda France team, representante oficial da HRC na prova e no FIM EWC.
Outra equipe de renome é a SRC Kawasaki, que já foi campeã com as motos verdes. No entanto, as 24 Horas de Le Mans também recebem a presença de equipes de outras nacionalidades, como a Yamaha Austria racing Team (YART) e BMW Motorrad World Endurance Team.
Por falar em motos, nessas 45 edições das 24 Horas de Le Mans só aconteceram vitórias de motos japonesas. E de forma bem distribuída: 14 triunfos para Honda, Suzuki e Kawasaki. A Yamaha vem bem mais atrás, com apenas quatro conquistas, a primeira delas em 1991.
Mas essa é uma escrita que a BMW está tentando mudar. Desde 2019, a marca alemã participa oficialmente do campeonato e, já tendo vencido algumas provas, tem grandes chances em 2024. Até porque Honda, Yamaha e Suzuki participam de forma semi oficial.
E os pilotos? Bem, o Mundial de Endurance é como se fosse uma classe a parte, com seus próprios ícones. Mas a prova já foi frequentada por diversos nomes mais conhecidos, como Carl Fogarty, vencedor de 1992, Jean-Michel Bayle, vencedor em 2002 e mais recentente Sylvain Guintoli.
O formato é o mesmo das demais corridas de resistência: treinos livres na quinta-feira, treinos classificatórios na sexta-feira e a largada as 15 horas locais no sábado. A partida, por sinal, acontece com as motos estacionadas e desligadas na mureta dos boxes, como nos velhos tempos.
Até 1982, cada moto tinha apenas dois pilotos para se revezar nas 24 Horas. Mas em 1983, trios foram admitidos e são obrigatórios desde 1985. Imagine varar a madrugada correndo de moto. O que já é bem extremo de carro torna-se ainda mais radical em duas rodas.
Atualmente, as 24 Horas de Le Mans abrem o Mundial de Endurance da FIM, composto apenas por quatro etapas: 8 horas de Spa-Francorchamps em junho, 8 Horas de Suzuka en julho e 24 Horas de Bol d’Or em setembro. Já teve mais, mas é o que temos para hoje…
No ano passado, a vitória ficou com a equipe Yoshimura SERT Motul, antiga representante da Suzuki no campeonato, superando a YART e a F.C.C. TSR Honda. A volta mais rápida ficou com a BMW Motorrad World Endurance Team, que volta para fazer melhor esse ano. Vão conseguir?